A rede de saúde de Palmas dispõe de atendimento e tratamento para uma doença pouco conhecida, envolta em preconceitos e que abala a autoestima de quem a possui: o vitiligo. A consulta clínica destes pacientes é feita inicialmente na Unidade de Saúde da Família (USF), que tem equipe multiprofissional. Se houver necessidade de atendimento especializado, o paciente é encaminhado por meio do sistema de regulação para consulta com médico dermatologista.
Conforme a gerente da Atenção Especializada em Saúde de Palmas, Jelda Pinto Araújo, a procura para tratar o vitiligo, ainda é pequena. “Na rede municipal são atendidos os casos menos graves, quando a doença atinge apenas uma parte do corpo. Já os casos em que a doença está mais avançada, afetando diversas áreas do corpo, são encaminhados para os hospitais de referência do Estado”, orienta a gerente.
O dermatologista Caio Formiga explica que o vitiligo é uma doença autoimune que causa manchas brancas na pele. “A imunidade que serve para combater infecções faz besteira e ataca a pele, afetando a pigmentação”, ressalta o médico ao informar que existem vários tratamentos possíveis.
Segundo Caio Formiga, na maioria dos casos, especialmente quando o acometimento é mais limitado, são usados cremes. “Não existe cura, mas com frequência conseguimos controlar o vitiligo e as manchas somem ou diminuem de tamanho”, esclarece.
Tratamento Precoce
O universitário Gustavo Antônio, 21 anos, foi diagnosticado com vitiligo aos 3 anos e o seu irmão Guilherme Antônio, hoje com 19 anos, também descobriu bem pequeno, aos 2 anos. A investigação precoce aconteceu pela preocupação da mãe, a pedagoga Silva Maria Souza, que já tinha conhecimento do histórico familiar da patologia.
Silvia conta que no caso do Gustavo, ela observou uma mancha bem pequena que parecia uma micose comum, e Guilherme também apresentou mancha branca no corpo, porém segundo ela, como havia um histórico familiar de vitiligo, levou os meninos para a consulta com um dermatologista rapidamente para avaliar e confirmar o diagnóstico.”O tratamento é longo e requer uso de medicações via oral, fototerapia, pomadas, vitaminas, cuidados com a exposição ao sol, uso de protetor solar, hidratação da pele”, relata a mãe lembrando que o vitiligo não é contagioso, é uma doença causada por alteração auto imune ou questões hereditárias.
Com o tratamento, as lesões do Gustavo e do Guilherme desapareceram por completo. “Creio que o que ajudou bastante foi o diagnóstico precoce e o acompanhamento com o médico dermatologista”, avalia Silva, explicando que o vitiligo é uma doença que afeta as células responsáveis pela produção de melanina responsável pela pigmentação da pele.