Os dois gostam de aproveitar momentos juntos — Foto: Bruno Santana

O sergipano Bruno Santana, de 38 anos, contraiu uma infecção neonatal durante o seu nascimento, o que gerou uma cicatrização na córnea do olho esquerdo. Desde muito cedo, ele precisou lidar com uma visão limitada, que não lhe impediu de ultrapassar obstáculos ao longo da vida, mas uma situação lhe incomodava após ter se tornado pai: não poder enxergar o rosto do filho com nitidez.

Segundo Bruno, no último dia 1º, ele fez o segundo transplante de córnea. Já que o primeiro, o organismo rejeitou. Em recuperação, ele afirma que o processo foi bem sucedido e que este Dia dos Pais terá um grande significado em sua vida.

“Agora posso observar o grande e lindo sorriso do meu filho. Além de estar com a minha saúde em dia e poder conviver melhor em sociedade” , disse.

 

Durante o processo que resultou na cirurgia, Bruno diz que o apoio de Caio, de 9 anos, fez toda a diferença. “Conversamos muito e ele compreendeu o que estava acontecendo e me apoiou. Me desejando, do jeito dele, boas energias para o sucesso do procedimento”, lembrou.

Bruno Santana contraiu uma infecção que comprometeu a visão — Foto: Arquivo pessoal

Bruno Santana contraiu uma infecção que comprometeu a visão — Foto: Arquivo pessoal

Para Bruno, o transplante lhe permitiu ampliar a possiblidade de registrar com nitidez os momentos que vão ficar para sempre guardados na memória. “A realização do transplante de córnea provocou mudanças na minha vida, espero que outras pessoas também consigam isso através do recebimento de órgãos”, disse.

Em Sergipe, até julho desde ano, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, mais de mil pessoas estavam na fila aguardando por um transplante.

Bruno e o filho, Caio Pedron na escola onde o garoto estuda — Foto: Arquivo pessoal

Bruno e o filho, Caio Pedron na escola onde o garoto estuda — Foto: Arquivo pessoal

Seja um doador

 

O coordenador da Central Estadual de Transplantes do Estado, Benito Fernandez, explicou que um doador pode salvar, em média, de oito a dez pessoas. “Quando incluímos os tecidos esse número pode chegar a 50 pessoas beneficiadas com um único doador”, disse.

Ainda de acordo com ele, é importante que a intenção de doar os órgãos seja comunicada aos familiares. “No Brasil, a legislação determina que cônjuge ou parentes até segundo grau sejam os responsáveis em autorizar a doação”, explicou.

Tipo de doadores

 

Há dois tipos de doadores, o doador vivo (composto em geral por familiares) e o doador falecido, que se divide em falecido com coração batendo, com morte encefálica, e com o coração parado.

O falecido com coração parado não doa órgãos, mas pode doar córnea até seis horas depois da parada cardíaca.

Alguns órgãos possuem limite de idade como o coração e pulmão que é até 50 anos; rim até 75 anos; fígado não tem limite de idade, desde que a função hepática tenha resistência boa, e a córnea que pode doada de dois a 80 anos.

Medula óssea

 

Pessoas de 18 a 35 anos que tiverem interesse em fazer doação de medula óssea podem se cadastrar no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Fonte -G1 Sergipe