O projeto Lua Feliz, desenvolvido em Palmas na atual gestão, usa a estrutura dos Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis) para cuidar de crianças e permitir que pais e mães trabalhem ou estudem à noite.

“Eu parei de estudar na minha primeira gravidez, aí a Emanuelly nasceu e tive que me dedicar a ela. Depois engravidei novamente, aí nasceu o Daniel. Passado algum tempo resolvi retomar meus estudos depois de quatro anos. Não tinha feito isso antes, primeiro porque eram muito pequenos e tinha que me dedicar a eles. Segundo, porque não tinha onde deixá-los. Fiquei sabendo do Lua Feliz e matriculei os dois aqui no início do ano e, desde então, estou concluindo o ensino médio. A partir do ano que vem quero arrumar um trabalho para dar um futuro melhor para os meus filhos.” Esse é o depoimento de Amanda Cosmo, 22 anos, mãe da Emanuelly de 3 anos e do Daniel de 1 ano e 3 meses.

Ela é moradora do Jardim Taquari e desde o início do ano, sempre às 18h30, deixa suas crianças aos cuidados das educadoras do Lua Feliz, nome dado à creche noturna, uma promessa de campanha do prefeito Carlos Amastha (PSB), quando buscava a eleição em 2012.

A solução para essa demanda foi simples: utilizar a estrutura dos Centros Municipais de Educação Infantil, abrindo às portas no período noturno, e oferecer a pais e mães, estudantes ou trabalhadores, a estrutura adequada para acolher seus filhos enquanto trabalham ou estudam. “Aqui eu sei que eles estão sendo bem cuidados, bem zelados, alimentados e ainda tem a interação com as outras crianças. Eu vejo que isso os ajuda a desenvolver o vocabulário e a interagir mais. Então é um projeto muito importante para mim e tenho certeza que para as outras mães também”, ressalta Amanda, que durante o dia, em sua própria residência, cuida dos seus filhos e de mais duas crianças, cujas mães trabalham durante o dia.

Já Vanderlene Lima da Silva é diarista e não tem um horário fixo para trabalhar, por isso, precisa do cuidado do Lua Feliz para com seu filho Mateus de 4 anos. “Ele está aqui desde os dois aninhos e gosta de mais. Hoje mesmo deu 15 horas, ele vestiu o uniforme e já queria vir para cá, porque aqui se sente bem no meio da criançada. Vejo que ele ficou até mais esperto, gosta de cantar as musiquinhas que aprende com as professoras. Jjá sabe contar. Ele está desenvolvendo muito bem e é muito bom saber que o filho da gente é bem cuidado e tratado com carinho”, conta Vanderlene, complementando que “na maioria das vezes, quando venho buscar, ele não quer nem ir embora porque quer continuar brincando com os coleguinhas.”

Acolhimento

O projeto Lua Feliz é desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Social, por meio da Diretoria de Proteção Social Básica como Serviço de Fortalecimento de Vínculos. A coordenadora, Sirvana Merile, explica que o projeto tem uma proposta diferente. “Nos Cmeis, há toda uma estratégia pedagógica, no Lua Feliz não. A proposta é acolher, cuidar mesmo, criando um ambiente aconchegante, trabalhando sempre com o lado lúdico, até porque essas crianças em sua maioria estudam durante o dia. Então aqui tem o cronograma de atividades diárias pelo qual elas têm a hora do lanche, brincam muito, cantam e assistem a filmes de animação. Há algumas delas que choram na hora de ir embora porque querem continuar aqui com os amiguinhos brincando”, revela.

Enquanto coordenadora, Silvana afirma que o projeto faz a diferença não só para as mães ou responsáveis que precisam trabalhar ou estudar, mas também para os educadores. “Porque é gratificante ver o desenvolvimento dessas crianças dentro do projeto, que busca ainda promover a interação das crianças umas com as outras, com as famílias, com culturas diferentes. Assim, eles se desenvolvem bem porque, apesar de não ter uma proposta pedagógica, eles se desenvolvem cognitivamente falando. Muitos chegam aqui sem saber caminhar e, dentro de dois, três meses depois, estão andando por causa dessa interação com as outras crianças”, conta.

Ainda há vagas nas três unidades

O projeto Lua Feliz funciona em três unidades, com capacidade para atender 45 crianças cada unidade, mas no total essas unidades atendem juntas cerca de 80 crianças, ou seja, número abaixo da capacidade de atendimento. Isso significa que há vagas nas três unidades. Portanto, quem tiver interesse pode procurar esses Cmeis a partir das 18h30 e se informar sobre os critérios de seleção e documentação necessária. Cada Lua Feliz tem duas turmas, sendo uma para crianças de 1 a 3 anos e outra para crianças de 4 a 6 anos. Cada turma tem dois educadores acompanhando as crianças.

A inserção das crianças no projeto é realizada através de uma avaliação técnica pela equipe do Centro de Referência em Assistência Social (Cras), seguindo os seguintes critérios: crianças com a idade de 1 a 6 anos, não matriculadas em Escolas de Tempo Integral ou Centros Municipal de Educação Infantil (CMEIs) no período integral, cujos pais estejam empregados ou matriculados no período noturno e dentro do critério socioeconômico; os pais ou responsáveis devem cumprir com o horário de entrada e saída de 18h30 às 23 horas.

Fonte: Ascom Amastha