A Covid-19 impactou diretamente o tratamento de pacientes oncológicos no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), sete em cada dez cirurgias foram adiadas durante os três primeiros meses da pandemia. Já a Universidade de Birminghan, na Inglaterra, aplicou um questionário em mais de 350 hospitais de 71 países e identificou que cerca de 28 milhões de cirurgias eletivas foram ou seriam canceladas nos próximos dias como efeito da pandemia.
Apesar de a maioria dos procedimentos cancelados ser de tumores benignos, a Universidade detectou que 2,3 milhões de procedimentos estavam previstos para a retirada de tumores malignos e o retardamento da consulta poderia indicar uma evolução perigosa da doença que poderia resultar em óbitos.
Embora os hospitais possuam fluxos separados para atender pacientes com Covid-19, a fim de minimizar os riscos de contágio aos demais pacientes negativos internados, o receio por parte da população de uma provável contaminação dentro dos hospitais é grande. Os pacientes com Covid-19 ficam internados em apartamentos e enfermarias separados dos demais pacientes, são pacientes que normalmente não frequentam o centro cirúrgico e quando há essa necessidade são operados em salas exclusivamente dedicadas a eles. Essas medidas visam reduzir próximo a zero a chance de contaminação dentro das instituições hospitalares.
E dentro dessas ações, a tecnologia possibilita aos pacientes oncológicos realizarem os procedimentos cirúrgicos de forma segura, menos invasiva e com consequente recuperação mais rápida. É o caso da cirurgia robótica, informa o médico urologista e cirurgião robótico, Fernando Leão. A tecnologia é minimamente invasiva e propicia movimentos mais precisos ao cirurgião e uma recuperação mais rápida para quem precisa se submeter aos procedimentos cirúrgicos eficazes para a retirada de tumores malignos, como o câncer de próstata. “Muitos procedimentos robóticos já permitem a abertura de apenas um orifício para a passagem de todos os instrumentos, diminuindo-se os riscos para o paciente, além de reduzir sangramento, risco de complicações e o tempo de internação”, explica o médico Fernando Leão.
Segundo ele, essa redução do período de internação torna-se a peça-chave para que as cirurgias continuem ocorrendo durante o período de confinamento ou distanciamento social. “O período de internação hospitalar dos pacientes que são submetidos à cirurgia robótica é cerca de 50% menor do que o método tradicional, e duram de um a dois dias. Permitir que o paciente fique menos tempo no hospital e retorne para o seu ambiente domiciliar mais rapidamente é muito importante neste momento”, explica o Urologista e cirurgião robótico.
Outro importante diferencial desse procedimento é a maior disponibilidade hospitalar para atender mais pessoas em menor tempo, uma vez que a redução no tempo de internação possibilita que novos leitos sejam disponibilizados mais rapidamente.
Foto: divulgação
Fonte: Comunicação Sem Fronteira