O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), por meio da equipe da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, continua com ações de queimas prescritas na região. Nos dias 8 e 9 deste mês, foram feitos aceiros, queimadas controladas e fragmentação da superfície para prevenção dos incêndios florestais na área da Cachoeira da Velha, um dos principais pontos turísticos do Estado.
O método de queima atende aos conceitos do Manejo Integrado do Fogo (MIF), que consiste em parcelar grandes áreas do bioma Cerrado, para redução do capim seco, altamente combustível, reduzindo a ocorrência de incêndios florestais durante os meses mais secos do ano.
A supervisora da APA do Jalapão, Rejane Ferreira Nunes, explica que essas ações são fundamentais para proteger as estruturas físicas da Cachoeira da Velha e da Prainha do Rio Novo, quando ocorrer o auge da seca.
“As queimas foram planejadas conforme histórico de incêndios anteriores na região e imagens de satélites e validadas com mapas de combustível confeccionados pela Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins”, explica Rejane.
Segundo o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Warley Carlos Rodrigues, na APA do Jalapão houve integração com a comunidade vizinha da Cachoeira da Velha, que é uma área do Estado, onde foi praticado o Manejo do Fogo de Base Comunitária.
“Isso ocorre quando a comunidade que está no entorno da área pública é envolvida na ação e essa interação é possível porque, previamente, a equipe da APA e os brigadistas vão nas propriedades e, junto com a comunidade, elaboram um calendário para uso do fogo, uma vez que é a comunidade que sabe as datas em que vão precisar usar o fogo”, informa o diretor.
Warley Rodrigues ressalta que a prevenção contra incêndios florestais está sendo possível graças ao apoio das brigadas já contratadas e treinadas em anos anteriores, o que possibilitou o início das ações com as comunidades já inscritas em tempo hábil.
Mapas de combustível
Outro ponto destacado pelo diretor é quanto à utilização de mapas de combustível, ou seja, o uso de geotecnologias para identificar as áreas disponíveis para queima. “Esses mapas dão destaque às áreas com capim seco, sendo possível a fácil visualização dos locais que precisam ser manejados”, explica.
O diretor diz também que as ações do MIF contam agora com um novo aliado, que é um drone para monitoramento, que faz avaliação da região antes e depois da queima, de maneira rápida e precisa.
“Por exemplo, se fez o manejo hoje, amanhã já pode sobrevoar a área e ter uma visão do resultado e isso é bem interessante, porque podemos aplicar conceitos do MIF, lançando mão do conhecimento tradicional e também de geotecnologias para termos um pouco mais de informação sobre o fogo”, conclui.
A supervisora da APA informa que desde o ano de 2015 foram estabelecidas 11 zonas de manejo do fogo no Jalapão e que o MIF é uma das estratégias de gestão do território.
Ela lembra que a APA do Jalapão possui mais de 460 mil hectares e que as ações desenvolvidas pela gestão da área têm como objetivo ordenar o uso e ocupação do solo no entorno do Parque Estadual do Jalapão (PEJ).
Ainda conforme a supervisora, a gestão da APA objetiva também inserir e orientar os proprietários de terras locais no desenvolvimento do ecoturismo e turismo de base comunitária.
“Tudo isso, com o objetivo maior de garantir a conservação da fauna, da flora e do solo, além de proteger a qualidade das águas e fomentar o desenvolvimento regional sustentável”, reforça Rejane.
Para que esse local permita a convivência da biodiversidade e visitação turística em longo prazo, é necessário o manejo das áreas suscetíveis à queima sob os preceitos do MIF (Manejo Integrado do Fogo), realizado pela equipe da APA evitando, dessa forma, incêndios que poderiam assolar as áreas de vegetação às margens do rio, colocando em risco a vida e o ciclo reprodutivo do pato-mergulhão, nome científico Mergus octosetaceus, espécie nativa e criticamente ameaçada de extinção.
A APA do Jalapão abrange parte dos municípios de Mateiros, Ponte Alta do Tocantins e Novo Acordo, coincide como zona de amortecimento do Parque Estadual do Jalapão (PEJ).
Também faz limite com a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins e com o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. Parte dos incêndios que atingem as UC de Proteção Integral do Jalapão começa em propriedades inseridas na Área de Proteção Ambiental do Jalapão.
Fonte: Naturatins
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