Pesquisadores ficaram surpresos ao identificar o peixe gigante que apareceu na última semana em uma praia de Santa Barbara, na Califórnia (EUA). Isso porque o animal supostamente vive apenas no Hemisfério Sul.
Tratava-se de um Mola tecta, um tipo de peixe-lua que pode chegar aos três metros de comprimento. A espécie foi descoberta em 2017, e até então, havia sido encontrada na Nova Zelândia, no Chile, na África do Sul e na costa sudeste da Austrália.
Ao ser avistado nos Estados Unidos, o animal foi tido como um Mola mola, espécie “parente” do Mola tecta que é encontrada em zonas temperadas e tropicais ao redor do mundo. As fotos do peixe foram compartilhadas na internet, e chamaram a atenção do ictiologista Ralph Foster, do Museu do Sul da Austrália, e da expert em peixe-lua Marianne Nyegaard, da Universidade de Murdoch — que liderou a descoberta do Mola tecta. Para poderem ter certeza de qual era a espécie, eles pediram para que mais imagens fossem feitas, e que uma amostra também fosse extraída.
Com novos materiais em mãos, não restaram dúvidas aos pesquisadores de que o bicho na praia californiana era mesmo um Mola tecta. “Eu literalmente quase caí da minha cadeira”, confessou Nyegaard ao site da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.
Embora seja uma ocorrência raríssima, essa não é a primeira vez que um peixe-lua dessa espécie é achado no Hemisfério Norte. Em 2017, quando o Mola tecta foi descoberto, cientistas reanalisaram um espécime encontrado em 1889 nos Países Baixos e conservado no Museu de História Natural de Leiden, e acabaram determinando de que ele também era um Mola tecta erroneamente classificado.
Agora, cientistas precisam determinar como esse peixe consegue parar do outro lado do oceano. Há a hipótese de que ele pode apenas se perder e a de que o aquecimento global está forçando-o a mudar de território. A primeira pode servir para o caso de 1889 também; a segunda, não.
Fonte: Revista Galileu