A Polícia Federal deflagrou, em conjunto com a Controladoria Geral da União, na manhã desta terça-feira (21), a Operação Carta Marcada*, que tem como objetivo desarticular complexo esquema criminoso montado por agentes políticos, funcionários públicos e empresários para o direcionamento de licitações e desvio de recursos federais através de contratos de locação de veículos firmados por diversas secretarias municipais de Palmas/TO.

Aproximadamente 130 Policiais Federais cumprem 35 mandados judicias, sendo 8 de prisão temporária e 27 mandados de busca e apreensão, além de outras medidas expedidas pela 4a Vara Federal do Tocantins. As ações estão sendo realizadas nos estados do Tocantins, Pará, Goiás, Santa Catarina e no Distrito Federal.

O inquérito policial apura o conluio entre empresários e servidores públicos para fraudar licitações e desviar recursos públicos destinados a contratação de veículos para atender a prefeitura de Palmas/TO, além de outros crimes conexos, bem como a conduta daqueles que visam o aproveitamento das vantagens ilícitas.

A organização criminosa, composta por três núcleos distintos, é suspeita de ter se apropriado de mais de R$ 15 milhões através dos contratos investigados.

Durante as investigações, policiais federais e auditores da Controladoria Geral da União revelaram diversos elementos que apontam para a montagem de procedimentos para direcionar contratos superfaturados. Também foram identificadas transações financeiras suspeitas e inconsistências quanto a capacidade operacional para cumprimento dos contratos.

Com as ações de hoje, a Polícia Federal busca obter novas provas, coibir a continuidade das supostas ações criminosas, delimitar a conduta dos investigados, bem como identificar e recuperar ativos frutos dos desvios.
Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades pelos crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

*O nome da operação é uma referência ao direcionamento dos contratos para uma determinada empresa.

A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia da COVID-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.

Os nomes

A prisão preventiva de Marco Zancaner Gil foi decretada.

O juiz decretou ainda a prisão temporária de alguns ex-secretários da gestão Amastha como Adir Gentil, Cristian Zini, Cláudio Chuller, Luiz Carlos Teixeira e de empresários como Luciano Rosa.

Foram alvos de busca e apreensão Carlos Amastha e outras nove pessoas.

A Gazeta busca a defesa de todos alvos da operação e o espaço está aberto para a manifestação de todos.

O que diz Amastha

“É uma pena a maneira como se coloca em suspeição gestões, garanto a lisura dos meus processos”, disse Amastha á Gazeta do Cerrado. Ele está em Brasília.