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Levantamento da Robert Half, empresa de recrutamento que seleciona profissionais especializados para cargos de média e alta gerência, traz os cargos em alta para 2023 e as variações salariais das oito áreas de atuação da empresa: Engenharia, Finanças e Contabilidade, Jurídico, Mercado Financeiro, Recursos Humanos, Tecnologia, Vendas e Marketing e Seguros.

A 15ª edição do Guia Salarial da Robert Half, estudo anual da empresa de recrutamento e seleção, traz ainda as habilidades técnicas e comportamentais mais demandadas, além dos cargos do futuro.

De acordo com o Guia Salarial 2023, as indústrias que lideram as contratações são: Tecnologia, Bens de consumo, Logística/Infraestrutura, Varejo/E-commerce, Agronegócio e Saúde.

Veja cargos, salários e requisitos exigidos que deverão estar em alta em 2023:

ÁREA: ENGENHARIA

 

  • Segmentos que lideram as contratações: Saúde, Bens de consumo, Tecnologia, Logística, Infraestrutura, Varejo e Energia
  • Profissionais mais procurados: Gerente de Supply Chain, Comprador, Engenheiro de Aplicação/Vendas, Gerente de projetos/PMO, Gerente de vendas técnicas, Coordenador de S&OP, Engenheiro de EHS/ESG
  • Habilidades técnicas: Idiomas, Domínio de sistema de gestão integrada, Tech skills, Inovação
  • Habilidades comportamentais: Perfil analítico, Facilitador, Equilíbrio emocional, Comunicação, Adaptabilidade/Flexibilidade, Senso de dono
  • Carreiras do futuro: Engenheiro de ESG, Gerente de ESG, Engenheiro de dados, Engenheiro de inovação, Engenheiro de Firmware, Especialista de melhoria contínua/Lean/Indústria 4.0

 

Perspectivas de remuneração para 2023:

  • Gerente de supply chain: de R$ 18.950 a R$ 30.000
  • Engenheiro de EHS/ESG: de R$ 8.100 a R$ 18.050
  • Engenheiro de aplicação/vendas: de R$ 5.950 a R$ 13.850
  • Gerente de projetos/PMO: de R$ 14.550 a R$ 30.500

 

ÁREA: FINANÇAS E CONTABILIDADE

 

  • Segmentos que lideram as contratações: Infraestrutura (logística/energia/concessões), Serviços (educação/telecom), Farmacêutico/Healthcare, Agronegócio, Bens de consumo, Tecnologia
  • Áreas mais demandadas: Planejamento Financeiro/Controladoria, Modelagem Financeira, Contábil/Fiscal (coordenador/gerente), Controller, Tesouraria/Financeiro
  • Habilidades técnicas: Automatização de processos, Excel e BI, Modelagem financeira e valuation, ERP de mercado, Inglês
  • Habilidades comportamentais: Flexibilidade, Adaptabilidade, Dinamismo, Resiliência, Comunicação, Relacionamento interpessoal

 

Perspectivas de remuneração para 2023:

  • Coordenador de planejamento/controladoria: de R$ 12.000 a R$ 21.000
  • Coordenador de modelagem financeira/M&A/RI/tesouraria estruturada: de R$ 14.000 a R$ 24.000
  • Controller: de R$ 16.800 a R$ 39.000
  • Gerente de Auditoria/Controles Internos: de R$ 21.900 a R$ 36.950

 

ÁREA: JURÍDICO

 

  • Segmentos que lideram as contratações: Tecnologia, Varejo/E-commerce, Serviços, Bens de Consumo, Agronegócios
  • Posições mais demandadas: Para escritórios – Advogados especialistas em operações de M&A (pleno e sênior), Advogados de Societário e Contratos (pleno e sênior), Advogados de Consultivo Tributário (pleno e sênior), Advogados de Contencioso Cível (pleno e sênior) / Para empresas – Advogados generalistas (pleno a diretor), Advogados especializados em contratos (pleno), Advogados de compliance/LGPD, Advogados de Banking e operações estruturadas
  • Habilidades técnicas: Visão preventiva, Visão analítica, Inglês fluente, Perfil inovador, Habilidades híbridas aplicadas à área
  • Habilidades comportamentais: Visão de negócio, Adaptação/Flexibilidade, Agilidade, Resiliência/Inteligência emocional, Comunicação/Gerenciamento de conflitos, Senso de dono/Responsabilidade

 

Perspectivas de remuneração para 2023:

  • Advogado contencioso cível sênior: de R$ 10.650 a R$ 18.050
  • Advogado de compliance sênior: de R$ 11.500 a R$ 19.350
  • Advogado empresarial/m&a sênior: de R$ 13.200 a R$ 24.150
  • Gerente Jurídico: de R$ 13.150 a R$ 28.400

 

ÁREA: MERCADO FINANCEIRO

 

  • Segmentos que lideram as contratações: Fundos de Private Equity, Assets, Bancos de Investimentos, Meios de Pagamentos, Fintechs
  • Posições mais demandadas: RM Private, M&A (analistas/associados/VPs), Crédito Corporate (analistas/especialistas), Finanças (diretores/gerentes/VPs), Profissionais de Compliance, Auditoria e Riscos (analistas/gerentes), RM Corporate, ESG (analistas/especialistas/gerentes)
  • Habilidades técnicas: Capacidade de originação de negócios, Atualizações tecnológicas, Capacidade analítica, Fluência em outros idiomas
  • Certificações mais exigidas: CFA, CGA, CFP, Ancord
  • Habilidades comportamentais: Flexibilidade, Adaptabilidade, Senso de dono, Comunicação assertiva

 

Perspectivas de remuneração para 2023:

  • Gerente de Relacionamento Private: de R$ 23.100 a R$ 39.600
  • Analista de Fusões e Aquisições: de R$ 14.150 a R$ 21.600
  • Analista de Compliance/Auditoria/Controles internos: de R$ 11.850 a R$ 18.150
  • Especialista de ESG: de R$ 10.000 a R$ 15.000

 

ÁREA: RECURSOS HUMANOS

 

  • Segmentos que lideram as contratações: Startups, Infraestrutura (logística/energia/concessões), Serviços (educação/telecom), Tecnologia, Bens de consumo
  • Posições mais demandadas: Remuneração e Benefícios (analistas sênior/especialistas/coordenadores), Desenvolvimento Humano e Organizacional (analistas sênior/especialistas/coordenadores), Gerente de RH, Gerente de DHO, Diretor de RH, Tech Recruiter
  • Habilidades técnicas: Estratégias de remuneração, Universidade corporativa, Desenvolvimento de liderança, Retenção/engajamento/cultura, Inglês fluente, Estratégias de R&S
  • Habilidades comportamentais: Comunicação, Relacionamento interpessoal, Foco em soluções, Visão analítica, Visão de negócios
  • Profissões do futuro: People Analytics, Change Management, Diversidade e Inclusão, DHO com foco em coach de liderança

 

Perspectivas de remuneração para 2023:

  • Gerente de Recursos Humanos: de R$ 18.700 a R$ 30.450
  • Coordenador/Especialista de Atração e Seleção: de R$ 11.050 a R$ 17.650
  • Gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional: de R$ 19.000 a R$ 30.400
  • Business Partner – Gerente: de R$ 18.000 a R$ 30.450

 

ÁREA: TECNOLOGIA

 

  • Segmentos que lideram as contratações: Tecnologia, Mercado financeiro, Varejo, Startups, Logística, Infraestrutura, Educação, Saúde, Bens de Consumo
  • Posições mais demandadas: Gerentes Generalistas / Heads de TI, Profissional de infraestrutura (analistas seniores, coordenadores a gerentes), Profissional de segurança da informação (especialistas a gerentes), DeVops/DevSecOps, Product Owner, Profissional de dados, Arquiteto de soluções, Tech Lead, Desenvolvedor RPA, Desenvolvedor Full Stack (pleno e sênior), Desenvolvedor Back-End (pleno e sênior), Desenvolvedor Front-End (sênior)
  • Habilidades técnicasPara todos: Conhecimento em metodologias ágeis, Inglês fluente / Para Infraestrutura: Cloud, VMware, Active Directory, Windows Server, VPN / Para Segurança da Informação: preventivo e gestão pós-ataque, antivírus, análise de vulnerabilidade, conhecimento e adequação à LGPD, conhecimento da ISO 27001 / Para Desenvolvedores: Java, .Net, Phyton, React, Angular, Vue.js, Javascript, HTML, Kotlin, Flutter, Swift, PHP
  • Certificações mais exigidas: Infraestrutura: COBIT, CCPV / Redes: CCNA, CCNP, ITIL, CISCO / Segurança: ISO 27001, PCIDSS, CISSP, compPTIA / Cloud: Azure, AWS, GoogleCloud
  • Habilidades comportamentais: Comunicação, Autogerenciamento, Relacionamento interpessoal, Liderança, Flexibilidade, Hands-on/Mão na massa, Gestão sem perder a característica técnica
  • Habilidades comportamentais: Visão de negócios, Comunicação, Relacionamento interpessoal, Agilidade e Inovação
  • Profissões do futuro: Segurança da Informação, DevOps/DevSecOps, Inovação/Digital, Machine Learning, Profissionais de dados, Arquiteto de Soluções, Tech Lead, Desenvolvedor RPA

 

Perspectivas de remuneração em 2023:

  • Coordenador de infraestrutura: de R$ 11.550 a R$ 19.350
  • Desenvolvedor front-end sênior: de R$ 13.050 a R$ 21.900
  • Coordenador de segurança da informação: de R$ 17.350 a R$ 23.750
  • Especialista/Cientista de dados: de R$ 14.400 a R$ 24.100

 

ÁREA: VENDAS E MARKETING

 

  • Segmentos que lideram as contratações: Bens de consumo, Varejo, Tecnologia, Startups, Healthcare, Agronegócio, Logística
  • Posições mais demandadas: Executivo de Contas, Coordenador de Marketing Digital, Gerente de e-commerce, Gerente de Marketing Digital, Analista de Marketing Digital, CRM-CX, Inside Sales, Analista de Inteligência de Mercado, Analista de Inteligência de Negócios
  • Habilidades técnicas: Inglês (espanhol é um diferencial), Tech skills, Marketing digital, Visão de negócios, Gestão financeira/rentabilidade, Controle de indicadores, Funil de vendas
  • Habilidades comportamentais: Comunicação, Equilíbrio emocional, Flexibilidade, Criatividade/Inovação, Teamwork, Senso de dono, Resiliência
  • Profissões do futuro: Analista Martech, Estrutura ligada a Produtos digitais, Analista de Inteligência de Mercado, SDR e BDR

 

Perspectivas de remuneração para 2023:

  • Analista de inteligência de mercado: de R$ 6.050 a R$ 12.850
  • Gerente de marketing digital: de R$ 11.500 a R$ 27.300
  • Gerente de e-commerce: de R$ 10.750 a R$ 27.300
  • Analista de CRO/Martech: de R$ 5.800 a R$ 14.950

 

ÁREA: SEGUROS

 

  • Segmentos que lideram as contratações: Operadoras de saúde, Seguradoras – grandes riscos, Corretoras, Insurtechs
  • Posições mais demandadas: Finanças (analistas/gerentes), Atuarial (analistas/especialistas), Data Analytics (analistas/especialistas), Comercial (gerentes)
  • Habilidades técnicas: Atualizações tecnológicas, Capacidade analítica, Capacidade de identificação de negócios, Fluência em outros idiomas
  • Habilidades comportamentais: Comunicação, Visão estratégica, Flexibilidade, Adaptabilidade

 

Perspectivas de remuneração em 2023:

  • Diretor de Sinistros: de R$ 23.900 a R$ 35.950
  • Gerente Atuarial: de R$ 14.450 a R$ 21.750
  • Coordenador de Produtos: de R$ 10.700 a R$ 16.100
  • Analista de Inovação Digital: de R$ 10.100 a R$ 15.500

 

Cenário otimista

 

Passados quase três anos desde o início da pandemia, o processo de recuperação do mercado segue em ritmo acelerado, com muitos projetos represados sendo desengavetados, mesmo em meio a um contexto político e econômico que ainda gera incertezas. Diante desse cenário, executivos estão mais otimistas com o ano que vem e planejam acelerar contratações.

“É evidente que a soma de uma série de acontecimentos globais nos inseriu em uma atmosfera de insegurança que ainda não se estabilizou por completo. No Brasil, soma-se à equação a proximidade das eleições presidenciais, que tendem a motivar passos mais conservadores por parte das empresas. Por essas razões, para o próximo ano não devemos observar mudanças gritantes nos salários”, diz Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.

Por outro lado, para Mantovani, não há como negar o aquecimento do mercado. “Estamos acompanhando, trimestre após trimestre, quedas nas taxas de desemprego da população, especialmente entre os profissionais qualificados. Para esse grupo, a porcentagem gira em torno de 5%, patamar muito próximo do que chamamos de pleno emprego”, destaca.

Flexibilidade é a palavra da vez

 

Em virtude da baixa taxa de desemprego entre profissionais qualificados, o mercado presencia uma quantidade muito próxima de vagas para candidatos. Logo, além de ganhar mais poder de negociação, os profissionais também estão mais convictos e exigentes em suas prioridades. Neste contexto, a flexibilidade, sem dúvidas, está no topo delas.

“Hoje, os profissionais qualificados são protagonistas do mercado de trabalho. Não é à toa que o primeiro questionamento feito nas entrevistas atualmente é com relação ao modelo de trabalho. Boa parte dos candidatos opta por deixar de participar de processos caso a empresa não ofereça flexibilidade. Compreender que a escolha da modalidade está intrinsecamente ligada à atração e retenção de talentos é fundamental”, enfatiza o diretor-geral da Robert Half.

Para 77% dos trabalhadores, o modelo de trabalho ideal é o híbrido, independentemente da quantidade de dias no escritório. Outros 17% gostariam de seguir em modelo 100% remoto, e apenas 6% em regime integralmente presencial.

E é isso que os trabalhadores levam em conta ao avaliar uma vaga (43%), mais do que o salário (32%), a reputação da empresa (14%) e os benefícios oferecidos (12%).

“Por mais desafiador que o processo de implementação do modelo híbrido possa ser, é importante encará-lo como um reflexo dos novos tempos. Caminhar no sentido inverso sem uma justificativa plausível é se prender a uma realidade que não dá indícios de retorno”, ressalta Mantovani.

Mas os números da pesquisa mostram o longo caminho que as empresas ainda têm a percorrer – 57% delas oferecem o trabalho híbrido, 33% oferecem 100% presencial e 10% no modelo 100% remoto.

O levantamento mostra ainda que 42% das empresas que optaram pelo retorno 100% presencial têm perdido colaboradores, e 39% dos profissionais buscarão outra oportunidade se não tiverem flexibilidade.

Desafios de atração e retenção

 

A grande maioria (94%) dos executivos está mais confiante na comparação com os últimos 12 meses, o que incentiva a abertura de novas vagas de trabalho: 47% das empresas pretendem abrir novas posições. Outros 47% planejam preencher posições abertas, mas sem aumentar o número de funcionários.

No entanto, as empresas estão se deparando com dificuldades, já que a taxa de desemprego segue caindo e os bons talentos, que não estão tão disponíveis, muitas vezes lidam com mais de uma proposta em mãos, especialmente em mercados e cargos mais aquecidos.

Grande parte dos executivos (68%) acredita que encontrar profissionais qualificados será mais desafiador, e 76% estão preocupados com o tema de atração.

Já em relação à retenção, 84% das empresas estão, em algum nível, preocupadas com a permanência de seus melhores talentos. Dentre elas, 35% estão muito preocupadas e 49% estão um pouco. Apenas 17% se definem completamente despreocupadas.

Para driblar os desafios de atração, as principais ações que as empresas têm adotado para chamar a atenção de candidatos são:

  • destacar oportunidades de desenvolvimento/treinamento
  • especificar que o trabalho é remoto e/ou flexível no anúncio
  • promover valores da marca e ética
  • oferecer participação/ações da companhia
  • reforçar os programas de RH, como licença parental, práticas ESG, etc.

 

Já entre os motivos que justificam o receio no que diz respeito à retenção estão:

  • abordagem agressiva da concorrência
  • altas cargas de trabalho e aumento da pressão
  • baixas oportunidades de crescimento/desenvolvimento
  • falta de flexibilidade com modelos de trabalho e horários

 

Ainda sobre as soft skills

 

De acordo com a Robert Half, o mercado corporativo exige cada vez mais dos profissionais características que transcendem as habilidades técnicas. As cinco soft skills mais valorizadas são:

  • Flexibilidade – competência de adaptação às mudanças de cenário, regras e demandas, exercendo funções requisitadas de forma comprometida e proativa com o perfil da organização;
  • Comunicação – ato de saber ouvir e se comunicar de forma clara e objetiva, auxiliando na absorção, organização e compartilhamento de informações;
  • Adaptabilidade/Resiliência – habilidade de superar e se reinventar diante de qualquer adversidade, mantendo atividades em funcionamento mesmo em momentos de crise;
  • Senso de dono – capacidade de se colocar como “sócio” da empresa, com postura ativa para apresentar soluções que possam viabilizar ou facilitar o exercício da atividade e expandir os negócios;
  • Visão estratégica – característica de estudar, de forma curiosa e detalhada, os dados e informações disponíveis, analisando o cenário antes de qualquer tomada de decisão.

Fonte – g1