Quase seis em cada dez crianças já aderiram à moda de dormir com o celular por perto. O dispositivo fica ao lado da cama, à disposição. O mesmo número de jovens não saberia o que fazer caso perdesse o aparelho. É o que mostra uma pesquisa realizada com 2.200 participantes do Reino Unido. Eles têm entre 5 e 16 anos. A atual febre dos smartphones se reflete na informação de que 70% dos dispositivos contam com acesso à internet.
O mesmo estudo também mostra que os jovens têm recebido telefones próprios cada vez mais cedo – em média aos sete anos de idade.
O diretor da pesquisa, Simon Legget, observou que o smartphone é o principal instrumento utilizado pelas crianças para conversar com os amigos, obter informações na internet e também para fins de entretenimento. Os serviços digitais e o streaming dominam o interesse dos jovens.
O relatório chamado de Childwise também levantou o tempo médio que as crianças entrevistadas passavam com o celular: os pesquisadores revelaram que os jovens gastam cerca de 3 horas e 20 minutos por dia. O documento ainda mapeou os conteúdos mais consumidos, e neste cenário o YouTube ficou na liderança. 61% dos jovens afirmaram utilizar o site do Google nos smartphones.
Os principais aplicativos usados por elas, depois do maior site de compartilhamento de vídeos, são Snapchat, Instagram, Tik Tok e WhatsApp. O Facebook não apareceu nem entre os dez mais utilizados, o que a pesquisa aponta como uma consequência da rápida mudança nos padrões de consumo na faixa etária dos entrevistados.
O estudo também observou que os jovens assistem por muito tempo filmes e séries no streaming. A Netflix conquistou a medalha de prata na categoria de plataforma mais utilizada na questão de exibição de vídeos. O primeiro lugar fica novamente com o YouTube. Segundo o relatório, a série mais assistida é Stranger Things, seguida por Friends, Riverdale, e Brookylin Nine-Nine.
Entretanto, Leggett faz uma ressalva no que diz respeito ao controle dos pais. Para ele, assim que uma criança tem o próprio smartphone com acesso à internet, fica muito mais difícil monitorar o conteúdo assistido pelos filhos.
“No momento em que uma criança é dona de um telefone celular, pode ser um desafio monitorar o que seu filho está acessando on-line, já que é uma tecnologia muito privada”, explica o diretor.