Pesquisadores usaram radares e tecnologia de laser para analisar o solo de Chachabamba, no Vale Sagrado dos Incas, complexo cerimonial que possui um altar e 14 banheiras de pedras, no Peru. O estudo, publicado revista Surveys in Geophysics, revelou mais duas estruturas que foram construídas há 500 anos.
Segundo Mariusz Ziółkowski, do Centro de Estudos Andinos na Universidade de Varsóvia, as escavações ajudaram a explicar como o povo inca usava banhos para rituais.
Em 1941, foram descobertas canais de água de uma cachoreira que enchiam as banheiras de Chachabamba. A nova pesquisa aponta que o local era um importante centro religioso para adorar deusas da água e fertilidade.
“Este foi, sem dúvida, um local de uso cerimonial”, disse Ziołowski à Live Science. “As características mais notáveis do local são a presença de uma rocha sagrada esculpida, provavelmente uma ‘huaca’, monumento andino, e uma quantidade incomum de banheiras.”
Para os pesquisadores, as banheiras eram utilizadas para limpeza da alma e corpo. “Um elemento muito importante, especialmente durante a festa de Situa, festival da Lua”, afirmou Ziółkowski. “Os incas achavam essencial lavar os pecados com água. Depois, os banhistas descartavam suas roupas velhas e usavam roupas novas.”
Para Dominika Sieczkowska, estudante de doutorado no Centro de Pesquisa Andina, da Universidade de Varsóvia, os canais de água eram “muitos avançados”. “Com o tempo, o complexo foi expandido e os canais de abastecimento de água mudaram”, comentou.
A fonte da água, no entanto, não foi alterada: continuava a ser de uma cachoeira próxima. Os incas construíram um sistema com blocos de pedra e que era parcialmente subterrâneo para levar a água até as banheiras. Depois de utilizada, a água era despejada em outro canal que seguia para um rio próximo.