E se houvesse uma vacina contra a velhice? Pois é justamente nisso que um grupo de cientistas vem se concentrando. O artigo, publicado na revista científica Nature Aging na última sexta-feira (10), constatou uma redução no número de células senescentes (responsáveis pelo envelhecimento) em camundongos.
As células senescentes já não possuem renovação celular, mas também não morrem, porque o organismo não vê a necessidade de se livrar delas. Podem ser encontradas em praticamente qualquer tecido humano, e são perigosas, porque acabam permitindo o surgimento de doenças e o desenvolvimento de tumores. Essas células também não podem reparar tecidos ou realizar funções necessárias.
E para se livrar delas, os pesquisadores usaram uma proteína presente no interior da célula: a glicoproteína transmembrana NMB. “Identificamos a proteína como um alvo molecular para terapia senolítica. A vacinação senolítica melhorou os fenótipos [o conjunto de características observáveis de um organismo] associados ao envelhecimento e estendeu a expectativa de vida dos camundongos”, aponta o estudo.
Na prática, a vacina incentiva o corpo a criar anticorpos que se juntam às células senescentes e podem ser eliminados pelos glóbulos brancos. No experimento com os camundongos, os pesquisadores notaram que a vacina conseguiu desacelerar o envelhecimento.
Em novembro, pesquisadores britânicos desenvolveram uma proposta semelhante. Trata-se de uma terapia à base de medicamentos chamados senolíticos, que apesar de eficazes na eliminação das células senescentes, não eram indicados por seus efeitos colaterais em outras partes do corpo. Eles conseguiram contornar essa questão, e ao testar o tratamento em células humanas, perceberam que somente as senescentes foram atingidas, e as células normais ficaram ilesas.
Fonte: CanalTech