Na coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, 06, a Polícia Federal deu mais informações sobre a Operação Pontes de Papel que foi deflagrada hoje. A ação investiga fraudes licitatórios, corrupçaõ ativa, passiva e crimes no sistema financeiro. Nesta etapa estão sendo investigados obras realizadas do ano 2000 a 2016. Aproximadamente 170 construções de pontes estão sendo investigadas.
A PF não pronunciou o nome dos possíveis investigados.
O foco desta etapa da investigação é a dolarização dos pagamentos. Todas as obras foram convertidas ao valor de 1,18 do dólar, mas os pagamentos eram feitos na cotação do dólar do dia, explica a PF. “Devido à graves variação do dólar nesse período de tempo, a maior parte do pagamento foi feita por parte do estado”, superintendente Arcelino Vieira.
O Ministério Público também investiga o superfaturamento dessas obras.
Os mandatos foram cumpridos em Palmas, Porto Nacional, Guaraí, Brasília, Cuiabá (MT), Goiânia e Catalão (GO).
“O que está sendo questionado é que mesmo o contrato sendo prejudicial ao estado, mesmo assim continuaram o pagamento”, destaca o superintendente.
O contrato para a compra dos materiais foi fechado em 1998 com uma empresa italiana, por isso optaram pela dolarização. 85% dos materiais das obras seriam importados da Itália. Por isso, estamos investigando se os materiais das obras das pontes realmente foram importador da Itália”, explica.
“Devido ao tempo, muitos crimes forma prescritos, como fraude de licitação e a fraude de execução das obras”, pontua.
Uma das pontes envolvidas na investigação é que a liga Palmas a Luzimangues (Ponte Fernando Henrique Cardoso).
Segundo Marcelino, outro ponto investigado é que algumas pontes simplesmente apareciam e desapareciam do rol de construções a serem executadas.
“Muitas dúvidas ainda serão esclarecidas aí no decorrer da investigação. O foco são as pontes, não temos o número de rodovias, o foco agora são as pontes”, afirma Arcelino.
Segundo a Polícia, o contrato foi firmado em 1998 no valor inicial de R$ 411 milhões e forma desviados mais de R$ 468 milhões devido à variação do dólar na época do pagamento.
Ao todo foram 59 mandados judiciais, sendo 31 mandados de intimação e 28 mandados de busca e apreensão nos Estados de Tocantins, Goiás, Bahia, Mato Grosso e Distrito Federal.
Todos os mandados já foram cumpridos.