Após concluir o inquérito, a Polícia Civil indiciou o soldado da Polícia Militar, Adonias Sadda, e o bacharel em Direito, Ricardo Barbalho, pelo assassinato do do médico Bruno Calaça Barbosa em Imperatriz, no último dia 26 de julho.

O PM foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, enquanto Ricardo vai responder por lesão corporal agravada pela morte da vítima.

Também suspeito do crime, o pecuarista Waldex não foi indiciado pela Polícia Civil ao final do inquérito, por falta de provas. Nas redes sociais, a mãe de Bruno Calaça, Arielia Calaça, repudiou o ato de não indicar Waldex.

“Não fiquei satisfeita com a decisão final. Se tivermos recursos, vamos recorrer para o Waldex estar incluído no processo. Hoje só resta solidão e tristeza. Hoje meu filho faria 24 anos. (…) Eu não acho justo tudo isso”, afirmou.

Ricardo Barbalho aparece nas imagens do estabelecimento levando o soldado da Polícia Militar, Adonias Sadda, para tirar satisfação com a vítima, antes dos disparos. Em dois depoimentos à polícia, o policial afirmou que o tiro disparado contra o médico foi acidental.

Segundo o suspeito, Bruno Calaça teria tentado desamar ele com um chute quando, acidentalmente, apertou o gatilho. De acordo com o delegado Praxísteles Martins, o soldado afirmou ainda, que foi ao local da festa para tentar desamar uma pessoa.

Entretanto, o laudo do exame do corpo de delito feito no soldado desmentiu a versão apresentada pelo PM. O laudo mostra que não há compatibilidade entre a lesão apresentada pela PM e o relato prestado por ele.

Vídeo mostra médico sendo baleado

 

Câmeras de segurança registraram o momento em que o médico Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, foi baleado e morto em Imperatriz. Nas imagens, a vítima aparece sentada em um palco conversando com algumas pessoas, quando é surpreendido pelo soldado Adonias Sadda, suspeito do crime.

Em seguida, eles discutem, trocam empurrões e um disparo é efetuado. As pessoas que estavam no local da festa, se assustam e afastam-se. De pé, Bruno Calaça ainda chega a trocar algumas palavras com o suspeito e, logo em seguida, cai no chão.

O velório de Bruno Calaça Barbosa foi realizado na manhã no salão de uma funerária, em Porto Nacional. O sepultamento ocorreu no cemitério São Pedro, no mesmo município.

Recém-formado

 

Bruno Calaça, de 24 anos, foi baleado durante uma festa em Imperatriz na madrugada desta segunda-feira (26) — Foto: Arquivo pessoal

Bruno Calaça, de 24 anos, foi baleado durante uma festa em Imperatriz na madrugada desta segunda-feira (26) — Foto: Arquivo pessoal

Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, estava recém-formado do curso de medicina. Ele fez faculdade em uma instituição privada, localizada em Porto Nacional, a 66 km de Palmas, capital do Tocantins.

Nas redes sociais, parentes de Bruno, que também fazem faculdade de medicina no Tocantins, lamentaram a morte e contaram o quanto ele estava feliz com a formatura.

“Você estava tão feliz com a sua formatura, quem te via, sentia sua felicidade, transbordar”, escreveu Caio Calaça, em postagem no Instagram.

A Associação dos Estudantes de Medicina do Tocantins emitiu nota de pesar sobre a morte e destacou as qualidades do estudante recém-formado.

“Bruno era incrivelmente inteligente, era amigo de tantos, era irmão e filho. Um rapaz carinhoso que nunca brigava. Estava sentado antes de ser atingido no peito, por um disparo efetuado por um profissional militar que, aparentemente, não estava em serviço oficial. […] Estava comemorando a sua formatura, empolgado com o futuro que tinha pela frente”.

O Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC), onde Bruno estudou, também lamentou a morte. “Neste momento, nos unimos em oração à sua família e amigos para que essa perda possa ser compreendida com a esperança do conforto de Deus”.

Fonte: G1 Maranhão