Foi realizada na tarde desta quinta-feira, 23, reunião para esclarecimentos acerca da palestra sobre sexualidade realizada no dia 14 de novembro na Escola Municipal de Tempo Integral Anísio Teixeira, localizada no Setor Bertaville, região Sul de Palmas.
O legislativo palmense abriu as portas para a discussão do caso que gerou polêmica no município, dando oportunidade aos pais, poder público municipal e entidades representativas de se manifestarem sobre o assunto. A reunião foi realizada no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e Redação em atendimento ao requerimento proposto pelo vereador Lucio Campelo.
Na ocasião, o presidente da Fundação Municipal da Juventude de Palmas, Nahylton Alen apresentou o projeto “E Agora? Sexo, Drogas e Tecnologia”, destacou o seu funcionamento e pontuou resultados positivos com as edições realizadas. “A intenção é descobrir casos como de uma jovem que sofria abusos desde os 9 anos, hoje com 12 anos está na Casa Abrigo e foi identificada através do projeto. O projeto é importante, afastamos a sexóloga até que tudo seja apurado. Não podemos acabar com o projeto já que há resultados muito positivos”, reforçou.
A secretária executiva da Secretaria Municipal de Educação, Germana Pires também ressaltou dados obtidos por meio do programa, como a identificação de 28 casos de automutilação em escolas municipais, que têm sido acompanhados pela Educação.
O vereador Lúcio Campelo informou que solicitou a realização da reunião para que a sociedade de Palmas tomasse o devido conhecimento do fato ocorrido, com os devidos esclarecimentos do poder público.
Os parlamentares defenderam a necessidade de reformulação do projeto para que ele seja continuado. O vereador Tiago Andrino ressaltou que o município de Palmas foi o primeiro a regulamentar que questão de gênero não seja debatido nas escolas da rede municipal e defendeu o projeto com adequações a cada faixa etária.
O vereador Filipe Fernandes reforçou a importância de instalação de câmeras para monitoramento nas escolas municipais e ainda afirmou, “é preciso corrigir os erros e dar continuidade ao projeto”.
A abertura dada pelo legislativo ao tema foi destacado pelo pai de aluna da escola, Cesar Cruz. “É importante a Câmara abrir o espaço para a população, para podermos discutir o que aconteceu. Não quero achar culpados, quero que os pais sejam comunicados antes de palestras como essas”, acrescentou.
“E Agora?”
O projeto é voltado ao público infanto-juvenil e trata temas considerados “tabus” entre os pré-adolescentes. São palestras, em que especialistas nas áreas de drogas, tecnologia e sexualidade conduzem uma conversa com a linguagem dos adolescentes e jovens e tiram dúvidas sobre os assuntos pertinentes ao cotidiano dos estudantes. O projeto foi iniciado em 2015.