Ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Quaresemin – Foto: Tharson Lopes/Governo do Tocantins
Ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Quaresemin – Foto: Tharson Lopes/Governo do Tocantins
Ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Quaresemin – Foto: Tharson Lopes/Governo do Tocantins

O ex-secretário de Estado de Parcerias Público-Privadas do Tocantins, e sobrinho do ex-governador Mauro Carlesse, Claudinei Quaresemin, é citado e alvo de uma operação contra uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

Quinze pessoas foram presas pela Polícia Federal, na manhã desta terça-feira, 10, na Bahia, São Paulo e Goiás.

A “Operação Overclean” faz parte de uma força-tarefa da Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e a Controladoria-Geral da União. A organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024.

Segundo a Receita Federal, a organização criminosa usava um esquema estruturado para direcionar recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.

Segundo a Polícia Federal, foram expedidos 17 mandados de prisão preventiva (duas pessoas estão foragidas), além de 43 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens, na Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

A PF informou que foi determinado o sequestro de R$ 162.379.373,30, referentes ao valor obtido pela organização criminosa por meio dos crimes investigados, três aeronaves, imóveis de alto padrão (casas, lotes e apartamentos), três barcos e dezenas veículos de luxo. Também foi ordenado o afastamento de oito servidores públicos.

Segundo a Polícia Federal, foram expedidos 17 mandados de prisão preventiva (duas pessoas estão foragidas), além de 43 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens, na Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

  • Salvador (BA);
  • Lauro de Freitas (BA);
  • Jequié (BA);
  • Itapetinga (BA);
  • Campo Formoso (BA);
  • Mata de São João (BA);
  • Wagner (BA);
  • São Paulo (SP);
  • Goiânia (GO);
  • Palmas (TO).

As investigações, que contaram com cooperação policial internacional por intermédio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (HSI), apontam que a organização criminosa teria desviado recursos públicos federais, originalmente destinados a emendas parlamentares e convênios, para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.

Os investigadores da Receita Federal descobriram que uma organização criminosa estava utilizando um esquema estruturado para desviar recursos públicos. Esses recursos, provenientes de emendas parlamentares e convênios, eram direcionados para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.

As investigações constataram a prática de superfaturamento em obras e desvios de recursos com o apoio de interlocutores que facilitavam a liberação de verbas destinadas a projetos previamente selecionados pela organização criminosa.

Veja abaixo como o grupo atuava:

  • Por meio de operadores centrais e regionais, que cooptavam servidores públicos para obter vantagens indevidas, tanto no direcionamento quanto na execução de contratos;
  • Após garantir a celebração dos contratos fraudulentos, as empresas envolvidas superfaturavam valores e aplicavam preços acima dos preços referenciais de mercado;
  • Os pagamentos de propinas eram realizados por meio de empresas de fachada ou métodos que dificultavam a identificação da origem dos valores.

 

A Receita Federal informou ainda que as investigações apontaram também que a lavagem de dinheiro era realizada de forma “altamente sofisticada”, incluindo o uso de:

  • Empresas de fachada controladas por “laranjas”, que movimentavam os recursos ilícitos;
  • Empresas com grande fluxo financeiro em espécie, utilizadas para dissimular a origem dos valores desviados.

 

Relatórios elaborados pela Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, apontaram inconsistências fiscais, movimentações financeiras incompatíveis, omissão de receitas, utilização de interpostas pessoas e indícios de variação patrimonial a descoberto.

Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, com penas de 2 a 12 anos de reclusão, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem ultrapassar 50 anos de reclusão, além das multas previstas na legislação.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins