
O assassinato brutal de Harenaki Javaé, jovem indígena de 18 anos que estava no início de uma gravidez, chocou o Tocantins e provocou forte reação de entidades indígenas. O corpo da vítima foi encontrado cortado e parcialmente carbonizado na zona rural de Formoso do Araguaia, no sudoeste do estado, no último domingo, 7.
Segundo a Polícia Militar, o crime aconteceu próximo à Aldeia Canuanã, durante um festejo. O corpo foi localizado após denúncia de uma enfermeira. Harenaki era moradora da Aldeia São João, ambas situadas na Ilha do Bananal.
Na segunda-feira, 8, um suspeito chegou a ser preso, mas acabou liberado por falta de provas. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou apenas, em nota, que o caso corre em sigilo e que detalhes não serão divulgados.
Repercussão
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) lamentou o crime e manifestou solidariedade aos familiares. Já a Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ARPIT) e o Instituto de Caciques e Povos Indígenas da Ilha do Bananal (Icapib) divulgaram notas de repúdio, cobrando celeridade na apuração.
“O feminicídio que tirou a vida de Harenaki é inadmissível. A jovem, que tinha deficiência intelectual e a mentalidade de uma criança, não compreendia a realidade da vida como nós. Foi um ato de violência bárbaro e covarde contra alguém indefesa”, destacou o Icapib.
Investigações
A Polícia Militar relatou que, apesar do grande número de indígenas presentes na região no momento do crime, ninguém apresentou informações ou testemunhos sobre o caso.
A investigação está a cargo da 84ª Delegacia de Formoso do Araguaia, com apoio da 7ª Delegacia Regional de Gurupi.