O inquérito da Polícia Civil revelou que a influenciadora Maria Karollyny Campos Ferreira, conhecida como Karol Digital, enganava seus mais de 1,5 milhão de seguidores ao afirmar que não tinha contratos com plataformas de jogos e que seus lucros vinham apenas das apostas. Presa em Araguaína, norte do Tocantins, ela chegou a mencionar que contava com o apoio de “70 blogueiros” na divulgação das casas de apostas.
No dia 22 de agosto, mandados de prisão foram cumpridos contra Karol Digital e seu namorado, Dhemerson Rezende Costa. O casal é investigado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia popular. A defesa nega envolvimento em atividades ilícitas, alegou ilegalidades na investigação e afirmou ao STF que a prisão seria “desumana” diante do estado de saúde da influenciadora.
As apurações mostraram que Karol negociava diretamente com plataformas de apostas. Em conversas interceptadas em 2022, ela ofereceu parceria por R$ 30 mil, alegando que sua credibilidade nas redes atraía novos jogadores, já que dizia não ser contratada por nenhuma empresa. Em mensagens, afirmou ainda que mantinha uma “equipe de 70 blogueiros” para ampliar a divulgação.
O inquérito também apontou que, além de omitir contratos, Karol atribuía ganhos de uma plataforma a outra para reforçar a imagem de que seus resultados eram fruto exclusivo das apostas.
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Apreensões e movimentação financeira
A Operação FRAUS, realizada pela DRACCO e DEIC-Palmas, com apoio do Ministério da Justiça e da Adapec, identificou que Karol movimentou mais de R$ 217 milhões entre 2019 e 2024. Durante a ação, foram apreendidos sete veículos de luxo, avaliados em cerca de R$ 5,5 milhões, entre eles um Porsche (R$ 979 mil), uma RAM 3500 (R$ 475 mil) e uma McLaren Artura (R$ 3,1 milhões).
A Justiça também determinou o sequestro de sete imóveis – seis em Araguaína e um em Babaçulândia –, além de uma fazenda em Palmeirante com 248 bovinos e cavalos de raça, avaliada em R$ 8 milhões.
Segundo os investigadores, parte dos bens foi transferida para três empresas ligadas à influenciadora, numa estratégia de ocultação patrimonial.
