
A Operação Overclean, da Polícia Federal, deflagrada nesta sexta-feira (31) tem como alvo três ex-integrantes do primeiro escalão da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e da Secretaria de Parcerias e Investimentos do Tocantins. A Seduc informou que suspendeu contratos e repasses de pagamentos com empresas investigadas por suspeita de envolvimento no esquema.
A investigação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Alvos principais no Tocantins
- Claudinei Aparecido Quaresemin – ex-secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos;
- Éder Martins Fernandes – ex-secretário-executivo de Educação;
- Itallo Moreira de Almeida – ex-diretor administrativo da Seduc.
Segundo apuração da jornalista Camila Bomfim, a nova fase da operação mira um núcleo de organização criminosa que atuava no Tocantins, desviando recursos de contratos obtidos com emendas parlamentares. A Polícia Federal suspeita que os alvos recebiam ou intermediavam propinas derivadas desses desvios.
Em nota, a Seduc esclareceu que Éder Fernandes não ocupa mais o cargo de secretário-executivo desde setembro de 2025, e que Itallo Moreira de Almeida deixou o quadro da pasta em setembro de 2024. A secretaria afirma ter cumprido integralmente todas as determinações judiciais relacionadas à operação, conforme medida cautelar expedida pela 2ª Vara Especializada Criminal da Seção Judiciária da Bahia, incluindo a comunicação formal à empresa envolvida, em dezembro de 2024.
Operação Overclean
Nesta etapa, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Palmas (TO) e Gurupi (TO), todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, e lavagem de dinheiro.
A primeira fase da Operação Overclean foi deflagrada em dezembro de 2024. Na ocasião, Claudinei Aparecido Quaresemin chegou a ter prisão preventiva decretada pela Justiça Federal, mas foi solto por determinação do Tribunal Regional Federal (TRF).
Íntegra da nota da Seduc
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informa que Edinho Fernandes não é mais secretário-executivo desde setembro deste ano e que o ex-servidor Ítalo Moreira de Almeida não integra mais o quadro funcional da pasta desde setembro de 2024.
A Seduc esclarece que cumpre integralmente todas as determinações judiciais relacionadas à Operação Overclean. Em atendimento a decisões da Justiça Federal, a Secretaria foi oficiada sobre a suspensão dos pagamentos referentes aos contratos mantidos com a empresa citada, em razão de medida cautelar expedida pela 2ª Vara Especializada Criminal da Seção Judiciária do Estado da Bahia.
O referido despacho determinou a suspensão de repasses a empresas investigadas, entre elas a empresa citada, tornando os valores relativos ao contrato indisponíveis para movimentação. A Seduc comunicou formalmente à empresa sobre o cumprimento da decisão judicial por meio de ofício, em dezembro de 2024.
A Secretaria reforça, portanto, que há impossibilidade legal de liberação de quaisquer valores à empresa em questão, conforme determinações da Justiça Federal, e que tem colaborado com todas as autoridades competentes, prestando as informações solicitadas e adotando as medidas cabíveis no âmbito administrativo.
Fonte: g1 Tocantins