Suspeito de assassinar brutalmente vigia Dhemis segue foragido após uma semana

Uma semana após o assassinato de Dhemis Augusto Santos, de 35 anos, em um shopping na região central de Palmas, o principal suspeito, Waldecir José de Lima Júnior, ainda não foi localizado pela polícia. O crime ocorreu em 29 de novembro, depois de uma discussão por causa de uma vaga de estacionamento, e ganhou grande repercussão devido à frieza da ação registrada por câmeras de segurança.

Segundo as investigações, Dhemis trabalhava como vigia em uma empresa terceirizada que presta serviço ao shopping quando advertiu Waldecir por estacionar de forma irregular um carro de luxo, uma Range Rover Evoque, que chegou a atingir uma baliza sinalizadora. Ainda no local, o motorista reagiu à repreensão, discutiu com o trabalhador, sacou uma pistola da cintura e atirou contra ele. As imagens do circuito interno mostram Waldecir gesticulando, apontando a arma para o rosto de Dhemis e, em seguida, disparando na região da barriga da vítima, mantendo as ameaças mesmo após o tiro.

Dhemis Augusto tinha 35 anos

Depois do crime, o carro usado na ação foi encontrado na casa do suspeito, na região central de Palmas. Policiais relataram que o veículo estava coberto por uma lona e que havia sinais de que o imóvel poderia estar ocupado, como luz acesa e janela aberta. A equipe entrou na residência na madrugada do dia 30 na tentativa de realizar a prisão em flagrante, mas o local estava vazio; munições foram apreendidas. A Polícia Civil divulgou um cartaz de procurado com a foto de Waldecir, mas, até o momento, não há informação oficial sobre o paradeiro dele.

A defesa de Waldecir, representada pelo advogado Zenil Drumond, informou que o cliente só deve se apresentar “em momento oportuno”, quando decidir expor sua versão dos fatos. Apesar de o suspeito continuar foragido, a defesa indicou à polícia o local onde estaria a arma usada no homicídio. A pistola foi encontrada em um imóvel na região central da capital e enviada para a perícia técnica, conforme informou a Secretaria de Segurança Pública. O caso está sob responsabilidade da 1ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (1ª DHPP), que reforçou o pedido para que a população colabore com informações que possam levar à captura do investigado.

Do lado da vítima, a família de Dhemis é assistida pelo advogado Georgie Moura, que afirma ter solicitado todas as diligências possíveis ao delegado responsável para acelerar a localização e prisão de Waldecir. Ele e outros dois advogados acompanham de perto o inquérito e prestam suporte jurídico e emocional aos parentes do vigia. A morte de Dhemis, que havia se mudado para o Tocantins há cerca de um ano em busca de trabalho, interrompeu os planos de estabilidade financeira e de formação de família, relatados por colegas e pelo chefe na empresa terceirizada.

Waldecir possui registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e já teve passagem pela Justiça. Em 2013, ele foi condenado após ser flagrado em uma churrascaria portando arma de fogo sem autorização para porte, de acordo com informações de veículos de imprensa locais. Em nota, tanto o shopping quanto a empresa terceirizada lamentaram o assassinato de Dhemis e declararam repúdio a qualquer forma de violência, enquanto a pressão social e institucional aumenta para que o suspeito seja localizado e responsabilizado.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins