O soldado da Polícia Militar Wallace Ferreira Pereira e o companheiro Mauro Ximenes sofreram ataque homofóbico nas redes sociais com a exposição de foto íntima do casal. O autor da postagem ofensiva compartilhada em grupos de Whatsapp e Facebook fez um comentário pejorativo sobre a integração do PM homossexual à corporação. O casal, que vive em Brasília, ganhou grande apoio nas redes sociais nesta quarta-feira (20) depois de responderem à provocação no Instagram.
O autor do ataque se escondeu atrás de um perfil fake para postar o texto homofóbico em um grupo de admiradores do Partido Militar Brasileiro no Facebook acompanhada de uma foto do casal. Em outras postagens no mesmo grupo, ele defende a intervenção militar no país e o livre porte de arma. Ao comentar sobre o casal, escreveu: “Antigamente só tinha PM barrigudão que comia PF de arroz com feijão e torresmo naqueles botequins pé sujo. Aí a PM começou a exigir faculdade e começaram a chegar uns caras que não comem carne gordurosa porque faz mal, só bebem suco Detox e acham que têm a bunda que a das mulheres. Só podia dar nisso””, disse ele, que usa o apelido “Vandão” na rede social.
O soldado Wallace Ferreira pertence ao 9º Batalhão de Polícia Militar do Espírito Santo e está cedido à Força Nacional de Segurança, na capital federal. O casal postou vídeos, cada um em sua conta no Instagram, sobre o caso. Eles pretendem levar o caso à Polícia Civil para a punição do autor da postagem.
“Nada vai ficar em vão. Isso não vai prejudicar minha, vida, minha rotina. Mas o que aconteceu comigo, pode acontecer com qualquer outro. Isso não pode ficar impune. O resultado vai ser muito ruim para quem começou isso e para quem está compartilhando. Para quem Obrigado todo mundo que ajudou a me avisar” disse o soldado na gravação.
Não é a primeira vez que Wallace é vítima deataques nas redes sociais. Duas semanas atrás, correu a informação em grupos de policiais no Whatsapp e Facebook de que o soldado teria tentado suicídio. Ele usou os perfis nas redes sociais para esclarecer que “a notícia” se tratava de uma “fake news”.
O companheiro do policial também usou a conta na rede social para comentar sobre o ataque homofóbico sofrido nos últimos dias.
Eu e meu companheiro temos sido vítimas de mensagens de cunho homofóbico homofóbico. Tudo começou com uma fake news. Não satisfeitos eles resolveram nos denegrir no Whatsapp. Nós estamos tomando providências. Já estamos entrando em contato com a delegacia especializada. Estamos colhendo prints que as pessoas tem nos mandado de forma expontânea. E o recado é o seguinte: nada na internet fica sem registro. Tudo deixa rastro”, disse Ximenes.
O casal vem recebendo mensagens de carinho nas postagens sobre o ocorrido. “Menos preconceito e mais amor”, escreveu um rapaz. “Justiça para essa covardia” escreveu uma jovem na conta do policial.
Por Felipe Martins, da Revista Fórum