Com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada na prática de extorsões após a utilização de ataques de Negação de Serviço Distribuído, conhecido como DDoS, acrônimo de Distributed Denial Of Service, em desfavor de Provedores de Conexão de Internet, as Polícias Civis do Tocantins e de Goiás deflagraram na manhã desta sexta-feira, 28, a operação Attack Mestre – DDoS. Conforme apurado, ao realizarem o ataque, os investigados interrompiam as conexões de internet banda larga de centenas de milhares de usuários (pessoas físicas e jurídicas) em todos os 26 Estados da Federação e no Distrito Federal.
A operação foi planejada pela Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), vinculada à Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) da Polícia Civil do Tocantins e pela Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC) da Polícia Civil de Goiás. Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e Goiás, além de dois mandados de prisão temporária. Um dos presos pela operação Attack Mestre é conhecido no mundo do crime pelos Topyari e Darkdante.
Conforme apurado, os investigados eram detentores de conhecimentos avançados no campo da tecnologia da informação e faziam uso de uma estrutura extremamente complexa, dotada de uma rede com diversos computadores infectados por BOTS, popularmente conhecida como “zumbis”. Durante essa interrupção, que afetava até mesmo a prestação de serviços essenciais, havia a extorsão em desfavor dos proprietários provedores para que pagassem valores em criptomoedas para poder ter o serviço restabelecido.
Para a delegada-chefe da DRACCO, Cínthia Paula de Lima, a operação Attack Mestre mostra que o crime cibernético não se limita as divisões Estaduais. “São crimes com autores e vítimas com características multilocais. Temos autores em Goiás e São Paulo bem com vítimas em diversos Estados da Federação”, explica a Delegada ao ressaltar que, da mesma forma, o trabalho da polícia Civil alcança resultados incalculáveis e inibe a prática desse crime e todo o território Nacional sente o reflexo, “por isso tão importante as parceria com os Estados e o Ministério da Justiça”.
Os elementos informativos da operação Attack Mestre foram coletados no ambiente cibernético por meio de ações integradas entre as polícias judiciárias dos estados do Tocantins e Goiás e com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública por intermédio do Laboratório de Operações Cibernéticas – CIBERLAB (Coordenação Geral de Combate ao Crime Organizado/Diretoria de Operações/Secretaria de Operações Integradas) e da Unidade de Inteligência Policial do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). Vital importância também a participação dos peritos da Superintendência da Polícia Científica do Tocantins que atuaram na captação de evidências no local da prática criminosa e da 78º Delegacia de Polícia de São Paulo (SP) e da Delegacia de Porto Feliz (SP)
Nome da Operação
A Operação Attack Mestre recebeu este nome em referência ao modo de controle exercido pelos investigados sobre os pontos que distribuem efetivamente os ataques. Sabe-se que tecnicamente o ataque conhecido como DDoS tem como principal característica o controle por um “Mestre” de vários outros “bots” escravos.