A Comissão Executiva Nacional do partido DEM aprovou nesta terça-feira (21) a realização de uma convenção nacional do partido, em outubro, para confirmar a fusão da legenda com o PSL.

Dentro do DEM, o clima é “favorável” à fusão com a sigla pela qual o presidente Jair Bolsonaro se elegeu em 2018. Bolsonaro deixou o PSL em 2019, após disputas pelo controle da legenda com o presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE).

“Hoje, à unanimidade, a Comissão Executiva Nacional aprovou a autorização para que seja convocada uma convenção nacional do partido, provavelmente, no dia 5 de outubro, e aí nessa oportunidade os convencionais vão apreciar o tema e confirmar o processo de fusão”, afirmou ACM Neto.

Atualmente, o DEM tem 28 deputados e seis senadores, incluindo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O PSL tem 53 deputados e uma senadora.

A esperança de ACM Neto é formar a “maior” legenda do país com a fusão. Contudo, vários congressistas devem deixar o DEM e o PSL após o processo. O nome e o número do novo partido ainda não foram definidos.

“Num primeiro momento, você vai abrir janela para quem não estiver satisfeito poder sair, mas em alguns estados estamos buscando novos quadros que vão poder ingressar. A gente vai conduzir as coisas com calma”, afirmou ACM.

“A ideia é aprovar [a fusão] agora no início do mês de outubro, que aí a gente encaminha isso para o registro no Tribunal Superior Eleitoral. Esses processos levam três meses no TSE. Então a expectativa é que a gente possa virar o ano, começando 2022, já com o novo partido formalizado e constituído”, acrescentou o presidente do DEM.

A nova legenda também espera ter papel importante nas eleições do próximo ano, inclusive, com a possibilidade de lançar uma candidatura ao Palácio do Planalto que seja uma alternativa à Lula, do PT, e a Jair Bolsonaro, que está sem partido no momento.

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco disse ver clima “favorável” à fusão dentro do DEM. “Considerou-se algo importante para o Democratas e para o PSL, que somam esforços dentro deste ambiente de união que deve ser pregado no Brasil. É a fusão de dois partidos importantes que vão se constituir num novo partido com bons propósitos para o Brasil”, declarou Pacheco.

“Hoje foi aprovada a realização de uma convenção em outubro, para a decisão geral acerca da fusão, mas toda a executiva hoje, unânime, no sentido da fusão entre democrata e o PSL”, completou o senador, que tem se aproximado do PSD.

CPI e Código Eleitoral

 

Após a reunião, em entrevista, Rodrigo Pacheco também falou sobre a CPI da Covid no Senado e a análise do projeto que estabelece um novo Código Eleitoral para o Brasil.

Sobre a provocação à CPI feita por Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro, com a postagem de um vídeo, Pacheco afirmou ter determinado a apuração do fato para entender “qual é a relevância” do episódio.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou nesta segunda-feira (20) um pedido de convocação à CPI da Covid do filho 04 do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, após o empresário postar um vídeo temporário em uma rede social no qual aparecem armas e a legenda “Aloooo CPI kkkkk”.

Pacheco foi procurado por Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, após a divulgação por Jair Renan de imagens consideradas como “ameaças” à comissão.

“A CPI precisa ser respeitada, é um órgão do Senado, a gente tem que pregar sempre o respeito às instituições”, declarou.

Sobre a proposta de novo Código Eleitoral, Pacheco disse que o projeto aprovado pela Câmara será analisado, em um primeiro momento, pela Comissão de Constituição e Justiça, sob a relatoria de Antonio Anastasia (PSD-MG).

Mais cedo, nesta terça-feira (21), Marcelo Castro (MDB-PI), um dos senadores envolvidos no debate sobre mudanças nas regras eleitorais, disse que o Senado não deve votar a tempo de valerem em 2022 as alterações, previstas no projeto, relacionadas ao processo eleitoral.

Fonte: G1