“Se nós não encontrarmos vamos comunicar à Polícia Federal”, diz presidente da comissão de impeachment sobre Carlesse

A comissão especial do impeachment se reuniu no final da tarde dessa terça-feira, 14, para discutir as primeiras medidas noprocesso contra o governador afastado Mauro Carlesse (PSL). O presidente da comissão, Elenil da Penha (MDB) disse que o cronograma, com as datas das reuniões ordinárias, só será criado “a partir do momento em que o governador Carlesse for encontrado”.

O servidor da Assembleia Legislativa, Humberto Mascarenhas, ficou designado para fazer a notificação do governador afastado. Durante a sessão foi lido um documento apresentado pela defesa de Carlesse. No texto consta a informação de que ele realizou exames recentemente no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo e que vai se apresentar em momento oportuno.

Elenil da Penha disse ainda que a AL deverá fazer duas tentativas de localizar o governador e se não tiver sucesso poderá acionar a Polícia Federal para descobrir onde Carlesse está. Ele vem sendo procurado pelo parlamento para ser notificado há uma semana.

“Nós vamos tentar encontrá-lo mais umas duas vezes. Se nós não encontrarmos, nós vamos comunicar à Polícia Federal para que nos ajude a encontrá-lo. Pelo menos é a sugestão que a assessoria jurídica tem colocado. Porque eles devem saber, o judiciário também deve saber onde ele está. Então nós vamos tentar nesta direção”;

Ainda durante a reunião, oito requerimentos que tinham sido apresentados pelo deputado Olyntho Neto (PSDB) foram rejeitados. Os pedidos eram para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Polícia Federal e outras instituições compartilhassem provas dos inquéritos que levaram ao afastamento do governador.

O tema causou polêmica, já que os deputados Zé Roberto (PT) e Eduardo do Dertins (Cidadania) entenderam que esta providência não poderia ser tomada nesta fase do processo. O entendimento dos dois é de que este pedido só poderia ser feito em uma comissão mista com integrantes dos poderes Judiciário e Legislativo, que só será formada caso o processo avance no plenário. Olyntho Neto discordou e afirmou que a rejeição dos pedidos poderia atrasar os trabalhos no futuro.

O processo

O pedido de impeachment é baseado nos inquéritos que levaram ao afastamento do governador pelo STJ. Carlesse é considerado suspeito em duas operações da Polícia Federal que ocorreram simultaneamente.

Uma delas é para a apuração de um suposto esquema de propinas relacionado ao plano de saúde dos servidores públicos, na época chamado de PlanSaúde. A segunda operação investiga suposta interferência do governador em investigações da Polícia Civil que poderiam prejudicar aliados e o próprio governo.

Os pedidos foram aceitos há uma semana, mas Carlesse ainda não foi encontrado para ser notificado. Pelo regimento do processo, esta notificação precisa ser feita pessoalmente e os trabalhos só podem ter andamento após isso ocorrer.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Trocando em Miúdos

Coluna escrita por Maju Cotrim escritora e consultora de comunicação. CEO Editora-Chefe da Gazeta do Cerrado. Jornalismo de causa, social, político e anti-fake!

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