Foto – Luciana Pires
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid19 (PNAD Covid19), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira, 1º de dezembro, estima que a população desocupada no Tocantins passou de cerca de 91,7 mil pessoas para 86,8 mil, de setembro para outubro – recuo de 5,3%. A taxa de desocupação saiu de 13,5% para 12,6%, queda de 0,9 ponto percentual. Já a população fora da força de trabalho (pessoas em idade de trabalhar, mas que não estão procurando emprego) registrou redução de 1%, passando de aproximadamente 547 mil para 542 mil, o menor contingente desde o início da pesquisa, em maio (545 mil).
A pesquisa revela recuperação de 2,2% na ocupação no estado, chegando a cerca de 601 mil trabalhadores. No mês de setembro, o contingente de ocupados era de aproximadamente 588 mil. Porém, o IBGE estima que destes 601 mil trabalhadores, cerca de 33 mil estavam afastados, dos quais 17 mil estavam afastados por motivo de doença, licença maternidade, férias, qualificação, entre outros e 16 mil devido ao distanciamento social. Em setembro, cerca de 23 mil estavam afastados do trabalho devido o isolamento. Estes indicadores vêm apresentando quedas sucessivas desde o início da pandemia, à medida que as restrições vão sendo abrandadas.
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A redução dos afastamentos do trabalho devido à pandemia também pode ser verificada através da queda do percentual de pessoas afastadas por este motivo no total de pessoas ocupadas, que de setembro para outubro passou de 3,9% para 2,7%. Em agosto esse percentual era de 6,3%, em julho 9,3%, em junho 12,2% e em maio 15,9%. De acordo com a coordenadora da PNAD Covid19, Maria Lúcia Vieira, essas pessoas podem ter sido demitidas ou retornado ao trabalho.
Conforme os dados da pesquisa, o número de tocantinenses que não foram afastados, mas trabalhavam remotamente se manteve praticamente estável, em outubro. No mês de maio, em torno de 31,4 mil pessoas (6,3% do total de ocupados e não afastados do trabalho) exerciam suas atividades no estilo home office. Em junho, esse contingente subiu para 34,4 mil (6,7%), já em julho caiu para 29,6 mil (5,7%), em agosto chegou novamente a 34 mil (6,4%), em setembro a 33,7 mil (6,2%) e em outubro a cerca de 33,3 mil (5,9%).
Rendimento e auxílio
Foi verificado que entre os 33 mil trabalhadores tocantinenses que estavam afastados do trabalho, em outubro, aproximadamente 6 mil não receberam remuneração. Esse contingente representava 17,4% do total de pessoas afastadas do trabalho. Em maio, esse percentual era de 43,9%, mas vem caindo consistentemente ao longo da pandemia.
No Tocantins, o rendimento médio real domiciliar per capita efetivamente recebido em outubro foi de cerca de R$ 1.090, ficando praticamente estável em relação a setembro (R$1.079). Já a renda média per capita dos lares onde nenhum dos moradores recebia algum auxílio do governo relacionado a pandemia (R$ 1.494) era quase duas vezes superior ao daqueles onde alguém recebia benefício (R$ 764).
A proporção de domicílios no estado que recebeu algum auxílio relacionado à pandemia (como o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda) passou de 50,2% em maio, para 53,8% em junho, caiu para 53% em julho, 52,2% em agosto, 51,4% em setembro e registrou o menor índice em outubro, chegando a apenas 49,3% dos lares.
Informalidade
A pesquisa aponta ainda que o percentual de tocantinenses considerados trabalhadores informais foi de 41,5% do total de ocupados, em outubro, uma leve alta em relação ao mês de setembro (40,8%). As regiões com as maiores taxas de informalidade foram a Norte e a Nordeste: 49,5% e 45,2% respectivamente, em seguida, a região Centro-Oeste figurou com 34,8%, as regiões com as menores taxas foram a Sudeste e a Sul com, respectivamente, 30% e 25,3%. Na comparação entre os estados, Tocantins ficou com a 14º maior taxa. Santa Catarina registrou o menor percentual de informais (20,1%) e Amazonas o maior (52,7%). O índice nacional foi de 34,5%.
As pessoas foram classificadas como trabalhadores informais quando eram ocupadas como: empregado do setor privado sem carteira, trabalhador doméstico sem carteira, empregador que não contribui para o INSS, trabalhador por conta própria que não contribui para o INSS e trabalhador não remunerado em ajuda a morador do domicílio ou parente.
Cenário nacional
O IBGE estima que a população ocupada no Brasil totalizava 84,1 milhões em outubro – aumento de 1,4% em relação a setembro (82,9 milhões de pessoas) e redução de 0,3% em relação a maio (84,4 milhões de pessoas). Já a população desocupada foi de cerca de 13,8 milhões de pessoas em outubro contra 10,1 milhões de pessoas em maio e 13,5 milhões em setembro – aumento de 35,9% e 2,1%, respectivamente. A taxa de desocupação passou de 14,0% em setembro para 14,1% em outubro. As regiões Norte e Nordeste registraram crescimento, o Sudeste e Centro-Oeste estabilidade e o Sul apresentou queda. Os valores das taxas de desocupação, em ordem decrescente, em outubro, foram: Nordeste (17,3%), Norte (15,1%), Sudeste (14,2%), Centro-Oeste (12,1%), e Sul (9,4%).
Fonte: IBGE