Mauro Carlesse – Foto – Esequias Araújo
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou o afastamento de 180 dias do governador Mauro Carlesse. O vice Wanderlei Barbosa ficará no comando do Estado.
A decisão individual foi tomada pelo ministro Mauro Campbell em apuração sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações. “É uma medida drástica, mas reconheço que muito necessária”, afirmou o relator.
No fim da manhã desta quarta-feira, 20, o vice governador Wanderlei Barbosa teria sido empossado na sede da Procuradoria Geral do Estado, logo depois de ser intimado – tomando conhecimento oficial – por agentes da Polícia Federal das ordens do Ministro Campbell.
A Gazeta pediu confirmação oficial do governo e da Assessoria de Wanderlei, mas ambas não se manifestaram oficialmente ainda.
O governo do Tocantins ainda não se manifestou oficialmente também sobre a operação e o afastamento temporário do governador Mauro Carlesse.
O Tocantins já tem histórico de trocas de governo nos últimos anos.
A Gazeta acompanha os detalhes tentando sempre ouvir todos já lados e ter as confirmações oficiais.
A Operação
As investigações que resultaram na determinação de afastamento do governador Mauro Calesse pelo STJ são resultado de duas operações da PF, chamadas Éris e Hygea.
O foco da operação Éris é desarticular o braço da organização criminosa na Secretaria de Segurança Pública, suspeito de obstruir investigações e vazar informações aos investigados, enquanto a Hygea busca desmantelar esquema de pagamentos de vantagens indevidas relacionadas ao Plansaúde, plano de saúde dos servidores estaduais.
Em nota, a PF informou que, segundo as investigações, “o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do Estado. Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa.”
Conforme apuração da TV Anhanguera, a investigação, até o presente momento, estima que cerca de R$ 44 milhões de reais tenham sido pagos a título de vantagens indevidas. Os valores podem ser maiores, já que a participação de outras empresas no esquema ainda está sendo investigada.
Segundo nota da Polícia Federal, as investigações começaram há cerca de dois anos e “reuniram um vasto conjunto de elementos que demonstram um complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados”.
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