O transporte de passageiros entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) ganhou uma solução provisória após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. O prefeito Wanderley dos Santos declarou à Gazeta que, a partir desta segunda-feira, 27, a travessia gratuita será realizada por 10 barcos contratados pela Agência Tocantinense de Regulação (ATR) em parceria com as prefeituras.
“Todas as pessoas que precisarem terão o seu direito de ir e vir respeitado”, afirmou o prefeito, ressaltando que a iniciativa visa atender à população que enfrenta dificuldades desde o colapso da estrutura em dezembro de 2024.
O anúncio do transporte gratuito ocorre em meio a um cenário conturbado relacionado à travessia de balsas no local. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) havia dispensado licitação para contratar a empresa PIPES Empreendimentos LTDA, que deveria realizar o serviço por R$ 6,4 milhões. No entanto, o contrato foi revogado devido ao descumprimento de obrigações contratuais e atrasos na documentação exigida pela Marinha do Brasil.
A PIPES também enfrenta problemas legais. O proprietário da empresa, Pedro Iran Pereira Espírito Santo, está impedido de realizar contratos com o poder público até 2026, após ser condenado por improbidade administrativa durante sua gestão como prefeito de Filadélfia (TO). Pedro Iran alegou não ter conhecimento da proibição e informou que acionará o departamento jurídico da empresa.
Com a saída da PIPES, o DNIT informou que iniciará uma nova contratação para garantir a travessia. Paralelamente, a empresa LN Moraes Logística LTDA foi autorizada pela Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) para realizar o serviço de balsa no local, mas esse transporte terá cobrança à população.
Diante do impasse envolvendo o transporte por balsas, o contrato com a Associação dos Barqueiros de Aguiarnópolis representa uma alternativa emergencial. A ação busca atender imediatamente às necessidades da população local, que depende da travessia entre os estados do Tocantins e Maranhão.
Segundo o DNIT, equipes continuam trabalhando para construir os acessos às margens do rio e resolver pendências que inviabilizaram a operação das balsas. Enquanto isso, o transporte por barcos pequenos continuará sendo a principal solução gratuita para os cidadãos da região.