Visando a ampliação de leitos e, por consequência, a ampliação da capacidade de atendimento a pacientes de Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus), a Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) em Araguaína requer, por meio da Justiça, que o Estado promova a ampliação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e leitos intermediários no Município, que recebe pacientes locais e também de toda a região Norte do Estado.

Caso essa ampliação não seja possível na rede pública assistencial, é requerido que haja a imediata implantação de um hospital provisório (hospital de campanha) na cidade.

A Tutela Antecipada de Caráter Antecedente de Ação Civil foi proposta à Justiça nesta quarta-feira, 6, e é assinada pelos defensores públicos em Araguaína Sandro Ferreira, Cleiton Martins da Silva e Pablo Mendonça Chaer (coordenador em Araguaína e região do Núcleo Aplicado de Minorias e Ações Coletivas – Nuamac), e pelo coordenador do Núcleo Especializado em Saúde (Nusa), Arthur Luiz Pádua Marques.

Em vistoria realizada no Hospital Regional de Araguaína (HRA), os defensores públicos que atuam no Município foram informados pelos administradores do Hospital que os equipamentos que foram encaminhados para ampliação de leitos de UTI não são completos, sendo, no momento, inviável a utilização.

O HRA já registra lotação máxima de leitos de UTI, sendo que os dez leitos previstos na ampliação do Plano de Contingência do Estado também são insuficientes para atender a demanda que já existe e, pelos números da doença na região, deve aumentar.

Para os defensores públicos, a situação no HRA reforça a necessidade da ampliação dos leitos e, em caso de impossibilidade, a implantação de um hospital de campanha em Araguaína.

Seja na ampliação de leitos, seja na implantação de um hospital provisório, a Defensoria requer que sejam praticados preços de mercado e considerada a estrutura com ventilador/bomba/desfibrilador/isolamento/monitor e, ainda, que essa estrutura tenha equipes qualificadas e capacitadas para manejo e acompanhamento dos pacientes.

Covid-19

O avanço dos casos de Covid-19 em Araguaína demonstram a necessidade de ampliação de leitos. Com o primeiro caso da doença registrado em 27 de março, Araguaína já está com 134 registros de Covid-19, conforme o defensor público Sandro Ferreira.

O crescimento nos últimos dias colocou o Município como o primeiro do Tocantins em casos acumulados de pessoas infectadas com o novo coronavírus. Palmas, que tem uma população maior e foi o primeiro município do Estado a registrar caso de Covid-9, em 18 de março, tem, até o momento, 106 pacientes no registro total.

No pedido à Justiça, os defensores públicos destacam os números de ontem: “(…) em 10 (dez) dias a região norte do Estado evoluiu de 30 casos para 146, com um aumento de 386,66% aproximadamente. O epicentro Araguaína mais que quadruplicou seu número de infectados no período – saltando de 24 casos confirmados para 104 em 04 de maio de 2020. E no atual boletim epidemiológico, de 05 de maio, já registra 117 casos, com 38,6% dos casos acumulados no Estado”.

Estado providencia aumento de leitos

O Estado informou que já providencia o aumento de leitos na cidade, conforme o secretário Edgar Tolini.

“Já estamos tomando as providências, hoje (no dia 4 de maio) habilitamos mais 10 leitos de UTI no hospital Dom Orione que vai servir á rede pública estadual, estamos fazendo uma visita no Hospital de Doenças Tropicais também que deve fornecer em torno de 20 leitos de unidades clínicas para enfrentamento ao Covid e os nossos leitos de UTI, são 10 leitos de UTI dentro do hospital de Araguaína e seis leitos clínicos, estamos hoje com ocupação de 50%. Essa é a nossa determinação: ampliar a oferta para que podemos dar mais tranquilidade á população que está necessitando nos casos graves”, disse o secretário em entrevista à Gazeta nesta terça-feira, 5, sobre as providências na região.

“A gente quer ampliar essa rede de serviços, leitos de UTI e leitos clínicos e esperamos contar com os municípios porque com a aprovação do incremento de teto dentro do Senado e Da Câmara dos deputados esperamos que os municípios que vão ter um recurso absolutamente necessário que possa trabalhar coadunando com a secretaria de saúde para ampliar a rede de ofertas e serviços e não só do Bico mas para o Estado inteiro”, completou.

Fonte: Ascom DPE-TO

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