Presidente do INDTINS, Narubia Werreria palestra sobre mulher na política em evento do TRE

Na tarde de ontem, 5 de abril, a presidente do Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS), Narubia Werreria, ministrou a palestra “A mulher indígena na Política”, parte da programação da Reunião de Avaliação das Ações de Educação Política nas comunidades Indígenas promovida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO).

Ativista pelos direitos dos Povos Indígenas há mais de 10 anos, durante o encontro Narubia Werreria expôs as dificuldades impostas às mulheres indígenas: “Como mulher nós sofremos o sexismo, o machismo e como indígena o racismo. Nós, mulheres indígenas, quando nos levantamos nós estamos nos levantando contra uma dupla opressão que o nosso corpo sofre”.

Para Narubia Werreria nenhuma democracia se sustenta sem a presença de diversidade, daí a importância de garantir a ampliação da presença das mulheres indígenas na política. Em sua fala a palestrante expôs como a participação de mulheres indígenas ainda é insuficiente: “Os últimos relatórios do Tribunal Superior Eleitoral, segundo a APIB [Articulação dos Povos Indígenas do Brasil], revelam que em 2020, dos 137 representantes indígenas eleitos só 13% foram mulheres, houve um avanço em relação a 2016, que era apenas 8%, hoje nós temos a nossa primeira deputada indígena do Brasil, mas ainda é muito pouco”.

Defensora do combate a violência contra a mulher, a ativista apontou ainda que as mulheres indígenas são as mais expostas à violência e que o Brasil é um dos países como maior índice de feminicídios contra a mulher.
O evento, organizado pelo TRE, inciou na manhã do dia 05 e vai até o fim desta tarde, (6 de abril) e reuniu líderes indígenas de todo o Tocantins, que refletiram sobre a inclusão dos Povos Indígenas nas eleições e na política do estado.

Acampamento Terra Livre

Concomitantemente a programação do TRE-TO, acontece o evento nacional Acampamento Terra Livre, no qual o INDTINS enviou uma delegação tocantinenses para participar da programação que teve início no dia 4 de abril e irá até o dia 13.

A iniciativa visa dialogar e se manifestar pela demarcação e proteção das terras indígenas, no Tocantins três Povos aguardam demarcação de seus territórios: os Kanela do Araguaia, em Araguaçu; os Avá Canoeiro, em Formoso do Araguaia; e os Krahô-Takaywrá, no município de Lagoa da Confusão.