Por Marco Jacob
Correr com uma tora (pedaço do tronco de uma árvore) pesada no ombro (das mulheres entre 30 e 50 kg e dos homens pode chegar até 120kg), atirar com arco e flecha, puxar um cabo com força e ainda poder utilizar adornos ancestrais e tradicionais e mostrar para a comunidade, pode manifestar um treinamento ou uma associação subjetiva de carregar um tronco para construir uma casa, caçar para se alimentar, puxar com a corda para levantar objetos ou mesmo a caça abatida e mostrar os artesanatos, para que possam ser comercializados, trocados ou mesmo como um adorno que exalte a beleza de um guerreiro e uma guerreira.
A Cultura e suas expressões e formas de manifestação é o que pude ver nestes dias dos oficiais primeiros Jogos Indígenas Xerentes, pois em 2021 houve um em forma de apresentação, ou preparo para este que ficou maior, mais organizado e com mais aldeias participando.
Os jogos tiveram a abertura na sexta, 8, com apresentação de cada esporte que seriam competidos nos jogos e com a chama “Akwê Xerente” acesa aos moldes da chama olímpica, mas romantizada e em equilíbrio entre o jovem e os anciões, entre homem e mulher, ou guerreiro e guerreira, competidor e competidora.
O encerramento foi na noite de terça, 12, com um concurso de beleza indígena, ressaltando e valorizando os adornos e indumentárias da própria cultura Akwê Xerente.
Linda a cerimônia de abertura. Confira aqui algumas imagens que mostram como foi:
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Os Jogos Indígenas foram organizados por um grupo de jovens coordenados pelo Romário Xerente que se destacou como uma liderança capaz de envolver os jovens e manter a cultura como uma chama viva nas mentes e nos corações dos participantes, dos espectadores e da própria equipe de organização:
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Sábado pela manhã, as competições tiveram início com a disputa de Arco e Flecha, com as provas classificatórias, a tarde segui a corrida de toras e a noite o cabo de força, ou cabo de guerra.
Devido a um falecimento de um jovem indígena, as competições foram interrompidas, domingo e segunda e retomado nesta terça, 12, com a final de todos os esportes:
Modalidades
– Arco e Flecha
– Corrida de Taquara (semelhante a corrida de revezamento olímpica)
– Corrida de Tora
– Cabo de força
– Desfile Cultural – indígena melhor caracterizado (entre os fatores culturais, expressão, adornos, objetos indígenas)
Todos tiveram premiações e o valor de 12 (doze) reais para competir.
As premiações variavam de 250 reais para o segundo lugar à 600 reais para a equipe dos esportes coletivos.
Confira a lista de ganhadores:
Arco e Flecha Feminino
1° Andréa Brudi
2° Betiza Sekwahi
Arco e Flecha masculino
1° Denilson Krãnipi
2° Diogo Waine
Cabo de força masculino
1° Aroeira
2° Os guerreiros
Cabo de força feminino
1° Pikõi Niptê
2° Brejo do Ouro
Corrida de Tora masculino
1° Sakrêpra
2° Atlético Kuiwdê
Corrida de Tora feminino
1° Sakrêpra
2° Siptumã
Corrida de Taquara masculino
1 ° Atlético Wapte
2° Grupo Jovens Wapte Sakrêpra
Corrida de Taquara feminino
1° Sipnãimnõ
2° Grupo jovens Wapte Sakrêpra
Desfile cultural masculino
1°Arlielson Srêwasa
2°Wilson Ktēmrã
Desfile cultural feminino
1° Sikupti Xerente
2° Silvana Sibâdi