O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, suspendeu o processo da Operação Detalhes, da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual. A investigação é sobre três policiais civis de Araguaína, no norte do Tocantins, que são suspeitos de repassar informações para traficantes. O motivo é que o prazo para a defesa apresentar as alegações finais estava terminando e um pedido de Habeas Corpus, que permitiria aos policiais responder o processo em liberdade, ainda não tinha sido julgado pela corte.
A defesa afirma que a decisão era esperada. “Porque foi feito um ato de ilegalidade. Estava sendo violado o direito defesa deles”, disse o advogado. Outro problema apontado pelo ministro é que uma transcrição das gravações telefônicas entre os policiais e supostos traficantes ainda não foi entregue pela Polícia Federal. A defesa alegou que não poderia apresentar os argumentos finais sem ter acesso ao documento.
O processo agora fica parado até que as duas situações sejam resolvidas. Não há prazo certo para que isso aconteça. Dois dos três suspeitos seguem presos no Presídio Barra da Grota, em Araguaína. O terceiro suspeito foi liberado pela Justiça em novembro de 2016 e responde pelo caso em liberdade.
Operação Detalhes
Três policiais foram presos no mês de junho, suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, após investigações da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) e do Ministério Público Estadual, na Operação Detalhes.
Além de Conceição e Feitosa, o suspeito Max Mileno dos Santos Silva também foi preso, mas foi liberado após uma decisão do SupremoTribunal Federal em novembro deste ano.
A operação recebeu o nome ‘Detalhes’ porque esse era o nome de um salão de beleza que não existe mais e era usado como ponto de venda de drogas em Araguaína. Foi através do estabelecimento que a polícia descobriu o envolvimento dos policiais e de outras pessoas.
Os suspeitos teriam fornecido informações da polícia para traficantes, em troca de dinheiro e outras vantagens, além de atrapalhar as investigações realizadas pela própria polícia.
Na época, a polícia divulgou escutas telefônicas que mostravam a suposta ligação dos agentes com o crime no Tocantins.
Fonte: G1 Tocantins