Brener Nunes – Gazeta do Cerrado

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) abriu um inquérito para investigar o procurador-geral Clean Renault Pereira, autoridade máxima do Ministério Público Estadual (MPE), por suspeitas de lavagem de dinheiro, fraude em licitações e corrupção. A decisão foi determinada no dia 10, pelo ministro Mauro Campbell. Um mês antes, Conselho Nacional do Ministério Público arquivou sindicância sobre o caso

O inquérito deve investigar uma “possível atuação criminosa” do ex-governador Marcelo Miranda (MDB); de Clean; do filho dele, Renan Pereira; e do secretário de Infraestrutura do governo de Miranda, Sérgio Leão. O pedido veio do Ministério Público Federal (MPF), que ainda solicitou ao STJ a instauração de mais seis inquéritos, com outros investigados, por suspeitas relacionadas à Operação Ápia. Todos os inquéritos foram determinações do  ministro Campbell.

O caso envolvendo Renault é em relação à Operação Convergência, uma das fases da Operação Ápia. A Convergência foi deflagrada em agosto de 2017. A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete do procurador. Numa fase anterior da Ápia, o filho do procurador-geral, Renan, chegou a ser preso.

O esquema sob investigação envolve supostas fraudes em licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Estado, com desvios de aproximadamente R$ 200 milhões. As suspeitas são de que obras de infraestrutura rodoviária geraram créditos indevidos a empresários.

O outro lado

Em nota à Gazeta do Cerrado, o Procurador-Geral de Justiça, Clenan Renaut de Melo Pereira, informa que não é investigado na Operação Reis do Gado. Informa, ainda, que os fatos apurados pela Operação Convergência, referentes à sua pessoa, foram objeto de investigação por parte do Corregedoria Nacional do Ministério Público (CNMP), que arquivou o procedimento por não haver indícios de ilícito penal ou administrativo. Relata, por fim, que não possui nenhuma relação com licitações, até porque foram realizadas ainda no ano de 2013 pelo Poder Executivo do Estado do Tocantins, período em que não ocupava o cargo de PGJ, não havendo que se falar em atribuição de qualquer tipo de crime contra a administração pública, conforme apuração do órgão censor.

Ressalta, no entanto, que seu relacionamento com o governador do Estado do Tocantins se restringiu ao estrito cumprimento do dever institucional, ou seja, na defesa dos interesses do Ministério Público do Estado.

Com informações do O Globo