A Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) autuou em R$ 532,05 um produtor de abacaxi do município de Miracema por estar usando um produto agrotóxico proibido para a cultura do abacaxi. A descoberta foi feita após técnicos da Adapec acompanharem, uma equipe de auditores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) até a propriedade para uma coleta de rotina e posterior envio do material para análise de resíduo de produtos em laboratório, onde foi constatada a presença do pesticida Dimetoato. O produtor também será autuado pelo Mapa.

A partir de agora, o infrator passará a ser monitorado pela Adapec, e caso, queira continuar a plantar abacaxi, deverá apresentar na Agência todos os receituários agronômicos de produtos utilizados na lavoura antes de sua utilização para verificação da conformidade dos mesmo. Embora a coleta tenha sido feita pelo Mapa, a Lei Federal 7.802/89, transfere a competência da fiscalização do uso de agrotóxicos aos estados, por isso, a Adapec realizou a autuação do produtor e tomará outras providências junto aos produtores de abacaxi na região orientando-os sobre o uso correto e seguro de agrotóxicos.

O inspetor de defesa agropecuária da Adapec, Rafael Martins, que acompanhou a fiscalização, disse que o uso de produtos agrotóxicos proibidos para determinadas espécies, coloca em risco a saúde humana e causa prejuízos econômicos, pois, o produtor perde a credibilidade no mercado. “Além disso favorece justamente o uso incorreto de agrotóxicos, pois o mesmo passa a ser empregado de maneira indiscriminada, pois no caso, não há uma dose determinada e o produtor passa a utilizá-lo de maneira empírica, colocando em risco a saúde da população e do meio ambiente”, ressalta Rafael.

Dimetoato

Dimetoato é um inseticida do grupo dos organofosforados, que tem indicações para outras espécies vegetais como algodão, citros, trigo, dentre outras. “No entanto, o uso deste produto não está autorizado para a cultura do abacaxi, pois o mesmo não possui registro no Mapa com as devidas indicações de uso para esta cultura. Deste modo, o agricultor fica sem as informações que são relevantes para sua utilização, como os períodos de carência e de reentrada na lavoura, doses, modo de aplicação, alvos biológicos inerentes à cultura do abacaxi, dentre outros”, explicou o responsável técnico pelo Programa Estadual de Agrotóxicos na Adapec, Juliano Milhomem.

A Adapec relembra, que, para a realização de qualquer venda de produtos agrotóxicos é necessário a apresentação do receituário agronômico, documento este que comprova a visita do engenheiro agrônomo ao local e que constatou-se a necessidade de uso daquele produto. E nunca utilizar um produto indicado para uma cultura em outra, bem como, não realizar compras de produtos agrotóxicos em sites, pois em muitos casos são produtos sem registro nos órgãos competentes, o que coloca em risco a saúde do próprio produtor.