Eduardo Lim – Produtor 

Assim como em outras atividades econômica a pecuária também passa por evoluções constantes. Neste contexto a recuperação de pastagens se tornou um procedimento necessário para manter a alta produtividade numa mesma área. Segundo especialistas a recuperação de pastagens evita inclusive o desmatamento de novas áreas. Se em cada hectare degradado se adotasse apenas as primeiras etapas do processo de recuperação, seria possível dobrar a média de lotação animal do Brasil, sem a derrubada de uma única árvore.

Durante muitos anos, o setor pecuário se beneficiou da fertilidade natural e do teor de matéria orgânica existente nos solos, em áreas recém-desmatadas. Contudo, o uso sucessível dessas áreas sem um manejo adequado acarretou no enfraquecimento do solo e consequentemente a baixa produtividade de alimento para o rebanho no período da engorda. Graças aos avanços de pesquisas e a aplicação de novas tecnologias é possível realizar a recuperação de áreas e a manutenção do sistema extensivo para a produção de carne.

É exatamente esta visão que o agropecuarista, da Fazenda Santa Rosa no município de Aparecida do Rio Negro, Eduardo Lim, tem e vem praticando desde que contratou assistência técnica especializada. Ele está conseguindo aumentar capacidade de produção numa mesma área destinada à engorda do gado, sem a derrubada de mais árvores em sua propriedade.

O agropecuarista explica que os resultados são perceptíveis. “Ao procurar uma orientação técnica de um agrônomo, foi realizado primeiro a análise de solo, e adubação adequada. Antes para mim era complicado, eu tinha uma área bem maior e com poucos animais, hoje a área é menor e eu consigo aumentar o número de animais. Com o que eu ganhar nesse espaço, posso continuar investindo na recuperação de pastagem”, afirmou Lim.

A nova técnica tem ajudado o agropecuarista nos desafios de cuidar dos 520 hectares que herdou dos avós. “A meta é tornar a propriedade rentável, ao todo foram trabalhados 50 hectares, sendo 20 recuperados e 30 ampliados, o que está viabilizando dobrar o número de animais devendo agora neste período, saltar de 60 para 120 cabeças”, destacou.

Segundo o agrônomo, Romulo Báccaro, “na recuperação de pastagem existem diversas metodologias e com o manejo adequado é possível observar. Primeiro é observado a propriedade, podendo ser via imagem de satélite, para conhecer toda a área, tipo de solo, maquinário a ser utilizado. A partir dos primeiros levantamentos é possível aplicar a metodologia de uso e orientar os auxiliares”, pontuou.

“Na metodologia que adotamos, o produtor pode manter a mesma área com dois animais por hectare no período de estiagem, e na época de chuva poderá ampliar até oito animais e, ir diminuindo de acordo com a intensidade de alimento”, afirmou o agrônomo, acrescentando que “os resultados são imediatos, após a semeadoura. Em 60 dias já pode ser utilizado para o primeiro pastejo, deixar os animais por um dia, retirar e fazer uma nova adubação para fazer com que o capim rebrote e a partir daí utilizar a área regularmente”, finalizou.

 

 

Panorama tocantinense

No Estado do Tocantins, de acordo com os dados da Coordenadoria de Transferência de Agro Tecnologia do Estado, são 5 milhões de hectares, degradados ou com algum grau de degradação, uma área que pode dobrar a capacidade de produção se forem aplicadas as técnicas de recuperação do solo. Uma medida rentável aos produtores e ao meio ambiente, uma vez que poderá frear a derrubada de novas áreas para a expansão das lavouras ou pastagens.