A criatividade do professor da sala de recursos multifuncionais da Escola João Beltrão, na região do Taquaruçu Grande, em Palmas, vem conseguindo excelentes resultados no processo de inclusão de alunos com necessidades especiais. Ao partir do princípio de que a aceitação do colega pode ser facilitada com o reconhecimento das diferenças de forma lúdica, Wilson Matheus Júnior criou a Vibiperina, uma cobra que é diferente das demais por que tem dois rabos.

A cobra chama a atenção não apenas pelos dois rabos, mas também por poder andar usando-os como pés. Com esta e outras situações inusitadas, o professor vai inserindo o tema ‘diversidade’ associado aos diversos atrativos de uma cobra alegre, colorida, divertida e que vive na mesma região em que eles. “É uma história infantil adaptada para trazer o recado da neurodiversidade, de que cada um tem um processo e um tempo diferente de aprendizagem. E que isto não deve impedir a convivência saudável entre todos”, explica o professor.

As histórias da cobra são ambientadas no cerrado, com elementos que remetem ao bioma como um pé de fava de bolotas. Trazem situações cotidianas e ligadas ao conteúdo escolar, que buscam facilitar a adaptação e inclusão do aluno da sala de multirecursos na sala regular. Também com o auxílio do brinquedo, os alunos percebem que as diferenças podem ser atrativas, cativantes e interessantes. Ao conhecer as histórias de superação da cobra Vibiperina, a única de sua espécie que não tem apenas um rabo, os alunos são incentivados a desenvolver a autoestima e superar as dificuldades, assim como a personagem.

“O trabalho com a personagem começou em março e já apresenta resultados perceptíveis, cujo maior vitória refere a um aluno autista que apresentava nenhuma interação, seja com os brinquedos ou com os colegas. Hoje, com a assimilação dos sons da cobra e suas histórias performáticas, ele já permanece com facilidade dentro de sala e demonstra interesse no contato com colegas”, enfatizou professor Wilson Júnior

Lacuna para a inclusão

O professor explica que a literatura infantil é carente de personagens diferentes, que necessitam de inclusão. “Quando acontece é algo isolado, mostrado de forma secundária. E a Vibiperina vem como personagem principal, central, que vive várias aventuras. Quando troca de pele, mostra letras, sílabas ou palavras, dependendo do nível do aluno. É um tipo de brinquedo que não existe no mercado, que permita aos alunos possam se identificar com as diferenças”, salientou.

O nome faz alusão às palavras víbora e bípede. A junção das palavras formou o nome em uma construção fonética que busca estimular a dicção, como se fosse um trava-línguas. “Já é um desafio que se apresenta no nome do personagem”, finaliza Wilson.

fonte: Secom Palmas

 

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