Esperança, fé, gratidão, conexão, apoio e afeto são algumas das principais palavras escutadas durante as diversas histórias que se cruzam em uma sala na ala da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Geral de Palmas (HGP), nos encontros semanais do Projeto Travessia. A iniciativa já existe há quatro anos e atende famílias dos pacientes internados no setor. A ação é realizada por três psicólogas que fazem parte do quadro da maior unidade hospitalar do Tocantins, que se revezam, em sistema de escala, para atender especificamente este público, em reunião realizada às terças-feiras.
Sobre a iniciativa, a psicóloga Júnia Cristiane Gomes, que há sete anos atende no HGP, conta que o nome retrata muito bem o objetivo do projeto. “A UTI pode ser vista como morte e vida ao mesmo tempo. Não é uma porta de entrada e nem de saída, mas uma travessia que tanto o paciente quanto os familiares vivem. Percebemos que os familiares precisam de uma hora para eles, em que possam falar o que estão sentindo sem julgamento”, explica. As histórias, segundo Júnia, são diferentes, mas a dor e o sofrimento unem mães, filhas, esposas, pais e parentes. “Muitas vezes, quando os familiares se reúnem e percebem que o outro está passando pela mesma situação se estabelece uma conexão de apoio. E, isso ocorre quando as pessoas se expressam”, explica.
A psicóloga Júnia Cristiane conta que, no início do projeto, os encontros eram efetuados às quintas-feiras e exclusivamente voltados para as pessoas com parentes internados na UTI. “São encontros semanais e não obrigatórios, por isso, atendemos grupos com a presença de seis até 15 participantes”, afirma, acrescentando que a estimativa é de que, ao longo dos quatro anos, o Projeto Travessia já tenha atendido cerca de 1.200 familiares que buscaram apoio na terapia em grupo.
A dona de casa e moradora de Caseara, Heliane Ribeiro Aristides Morais, de 34 anos, e o seu esposo Bonfim da Silva Morais, de 39 anos, estão com o filho de 15 anos, Marcos Bonfim Aristides, há nove dias na UTI. Ela ressalta, com pesar, a tristeza de acompanhar a rotina diária hospitalar, porém o projeto alivia um pouco a dor. “É a segunda vez que participo e faz a gente se sentir mais confiante, ajuda muito. É um apoio extraordinário, pois ajuda a gente a se estabilizar, te dá força e mais esperança”, desabafa Heliane. No grupo, segundo a mãe, a reflexão é fundamental para acalmar e manter a serenidade. “Sentimos a dor do outro e também temos muitos relatos de milagres de Deus e o apoio da equipe. Percebemos que não estamos sozinhos, e isso é um conforto”, destaca.
Também do interior do Tocantins, da cidade de Dois Irmãos, a dona de casa Maria Eterna Brito Jardim, de 50 anos, enfrenta a luta pela vida do marido Aguinaldo Rolins da Silva, de 41 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Estou aqui tem três dias e ter um momento para falar é importante. É um instante que posso desabafar e já é muita coisa”, esclarece.
Há oito anos no HGP, a psicóloga Aruana Rita Cardoso Guedes Silva explica que o Projeto Travessia é diferente de outra iniciativa bastante conhecida, o Aconchego. “O Travessia é realizado semanalmente e seria com uma terapia em grupo. Já o segundo, é o momento da acolhida, quando o familiar tem os primeiros contatos dentro do hospital”, explica. De qualquer forma, ambos são para auxiliar na saúde mental do parente. “Explicamos que é necessário o familiar se cuidar para se manter de pé. O nosso trabalho é voltado para eles. Nossa dedicação, quando estamos aqui, é exclusiva”, reforça a psicóloga Aruana.
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