Em uma viagem entre Campo Grande e Corumbá (MS), a publicitária Ana Carolina Valdez flagrou uma cobra fugindo de região atingida por fogo, cruzando a rodovia e indo em direção à mata fechada na manhã deste sábado (12/9). “Quando a vimos, paramos o carro. Ela estava fugindo de queimadas, que já estão atingindo as fazendas aqui da região.
A estrada está horrível, tem muita fumaça. O sol, muito forte, nem conseguimos enxergar”, diz a moradora de Campo Grande, de 38 anos. Ana Carolina disse que na época da seca é comum haver incêndios, mas que ela nunca viu tanto como neste ano.
A publicitária foi para Corumbá a trabalho com uma equipe e está hospedada no mesmo hotel onde ficou há um mês.
“Da janela eu conseguia ver os morros da região e agora não dá para ver nada”, diz. Na estrada, vimos muitos bichos mortos, acrescentou. “Urubus em alguns pontos, provavelmente porque algum animal grande tenha morrido em acidente, estavam reunidos perto do asfalto. Nós, que moramos aqui e estamos sempre em contato com o meio ambiente, araras na cidade, tucanos, ficamos muito tristes. A biodiversidade é muito importante para nós e próxima da gente”, desabafou a publicitária.
Fumaça no Sudeste
O fogo vem avançando sobre a Amazônia, Pantanal e outros diversos pontos do país. Só no bioma amazônico, até sexta-feira (11), o número de focos de incêndio era de 13.810, 70% do total registrado em setembro do ano passado. A fumaça das queimadas na Amazônia devem chegar às regiões Sul e Sudeste do Brasil nos próximos dias. Segundo a empresa de meteorologia Metsul, as imagens de satélite estão mostrando um denso corredor de fumaça até o Rio Grande do Sul, o que deve alterar a cor do céu em algumas regiões do país.
Em agosto do ano passado, a capital paulista anoiteceu no meio da tarde de uma segunda-feira, por causa de uma frente fria aliada a partículas de fumaça produzida por incêndios florestais na região amazônica.
Foto: Ana Carolina Valdez