Trinta anos atrás, no dia 27 de outubro de 1988, a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde instituíram o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Desde então o Ministério da Saúde/Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais e os Estados e municípios realizam campanhas que visam alertar a população para a gravidade da doença, formas de prevenção e tratamento, buscando enfocar públicos alvo, populações chaves, conforme foi se desenhando o perfil da doença no Brasil.
Tocantins
No Tocantins 2.985 pessoas vivem com HIV, sendo Araguaína, o município com maior número de casos, com 1.302 notificados. Este ano, a Área Técnica de DST, Aids e Hepatites Virais do Estado do Tocantins, chama a atenção para população geral e populações chave: Pessoas privadas de liberdade, jovens HSH (Homens que fazem Sexo com outros Homens), e populações prioritárias: jovens, população negra, população indígena e população em situação de rua.
A Campanha Estadual de 2018 tem como slogan: Uma gota de sangue pode fazer a diferença, Faça o teste de HIV na Unidade de Saúde mais próxima de você. Enfocando a importância da Testagem Rápida do HIV, como também do uso dos preservativos/camisinhas para a prevenção do HIV/Aids e outras IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis). O objetivo é atingir a maior parte da população.
Testes rápidos
Além da prevenção à Aids, a campanha também aproveita para divulgar a acessibilidade aos testes rápidos mais próximos do usuário da rede pública de saúde, na qual o Estado vem promovendo a formação de novos profissionais habilitados nos municípios para realização da técnica que permite, tanto o diagnóstico do HIV, quanto a avaliação para sífilis e hepatites virais B e C, nas Unidades Básicas de Saúde.
Os testes rápidos estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde da maioria dos municípios do Estado e nos Serviços de Assistência Especializada – SAE (Araguaína, Palmas, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional e Gurupi), Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA (Araguaína e Palmas).
As ações da campanha estão pautadas no incentivo aos municípios a ofertarem testes-rápidos à população, distribuição de preservativos, e palestras educativas e da propaganda midiática e redes sociais, devido à grande mobilização e poder de alcance que esta modalidade de comunicação possui, além do incentivo à iluminação de prédios públicos.
A gerente de DST/AIDS, Caroline Biserra, acredita que essa é a forma de chamar a atenção da sociedade para a Campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids. “Muitos são os esforços empregados pela Secretaria de Estado da Saúde por meio da Superintendência de Vigilância, promoção e Proteção à Saúde/Área Técnica Estadual, a fim de ampliar a oferta de exames para o diagnóstico precoce da infecção pelo HIV, bem como tratamento em tempo oportuno aos pacientes diagnosticados com HIV/Aids” destacou.
Ações
Como ações a serem realizadas em conjunto com representantes da população chave LGBT, secretaria municipal de saúde de Palmas, a liga de infectologia da UFT e a Gerência estadual de DST/Aids e Hepatites Virais destaca-se:
- Ação de testagem em parceria com o pessoal do Lanterna Louge Bar (ponto de encontro da população LGBT) no dia 28/11 integrado entre as gestões da SEMUS/SES/Liga da infectologia da UFT; consultório da rua/ caps AD III, ATRATO (Associação de Travestis e Transexuais do Tocantins);
- Ações de testagem no 2º Encontro Estadual da Associação de Travestis e Transexuais nos dias 06, 07 e 08/12/18;
- O proprietário do Lanterna Longe Bar irá disponibilizar o recurso arrecadado na portaria do dia 28/11 para a ATRATO viabilizar o encontro estadual; Além de fazer a divulgação das ações nas redes sociais para alcançar uma grande massa de pessoas que o seguem;
- A liga de infectologia da UFT irá atuar no dia dos eventos com outros acadêmicos de medicina divulgando os sinais e sintomas da sífilis e medidas de prevenção;
- A gerência estadual de IST irá apoiar as ações disponibilizando os TR e preservativos;
- A Coordenação dos grupos condutores de infectologia e materno infantil irá articular com os envolvidos sobre a realização das testagens, definindo melhor o local e organização do espaço para a realização das testagens e apoiar com recursos humanos;
- A equipe do CAPS AD III, irá iniciar a testagem nos CAPs no dia 01/12/18, como marco do dia Mundial de Combate à Aids e continuidade da campanha da sífilis;
- A equipe do consultório na rua irá atuar utilizando o consultório no dia dos eventos, para suporte e divulgação das atividades da equipe;
Vale ressaltar que os demais municípios do Tocantins, tem autônima para promover suas ações que também contam com o apoio da SES.
Diagnóstico e tratamento
O momento do diagnóstico da infecção está diretamente relacionado com o sucesso do tratamento, e consequentemente, com a qualidade de vida da Pessoa Vivendo com o HIV/Aids – PVHIV. Entretanto, a participação dos municípios é fundamental nesse processo, principalmente no que diz respeito à garantia da qualificação dos profissionais, bem como a oferta de uma estrutura mínima para realização dos procedimentos, conforme preconizado. A garantia da realização do diagnóstico pela equipe de saúde da família contribui para gerar vínculo entre paciente e serviço/equipe, permite uma assistência mais efetiva no que se refere a transporte, cuidados básicos, e encaminhamentos a médicos aos serviços de referência que garantirão o melhor acompanhamento, no caso de pacientes que tenham diagnóstico de HIV.
O tempo passou e hoje é possível viver com o HIV, mas a AIDS ainda é uma realidade. Atualmente, 75% das pessoas vivem com o vírus e conhecem seu estado sorológico. A meta da ONU é garantir que até 2020 esse número chegue a 90%, e desses, pelo menos 90% dessas pessoas recebam tratamento e entre os que recebem tratamento, 90% tornem indetectáveis – estado em que a pessoa não transmite o vírus e consegue manter qualidade de vida sem manifestar os sintomas da aids.
No Brasil, 92% das pessoas em tratamento já atingiram esse estado de estarem indetectáveis. Essa conquista se deve ao fortalecimento das ações do Ministério da Saúde, por meio do DIAHV, para ampliar a oferta do melhor tratamento disponível para o HIV. Exemplo disso, é que o país incorporou o Dolutegravir como medicamento de primeira linha para tratar os pacientes.
Além disso, no campo da prevenção, o SUS coloca a disposição da população as estratégias e tecnologias mais avançadas para a prevenção a infecção pelo vírus, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós Exposição (PEP); além de ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e ações específicas para populações-chaves para resposta ao HIV, como pessoas trans, os gays e homens que fazem sexo com homens, trabalhadores do sexo, população privada de liberdade e usuários de álcool e outras substâncias.
Fonte: Secretaria de saúde