Maju Cotrim

Um público afetado diretamente pela pandemia do Bico e que clama por socorro são as quebradeiras de coco do Bico do Papagaio. A Gazeta conversou com várias quebradeiras neste sábado, 2, e elas relataram a dificuldade sem poder atuarem neste momento.

“A única assistência que estamos recebendo e o recurso do bolsa família e o emergencial do governo e também o movimento está mandando uns ofícios para as prefeituras para distribuírem alimentação escolar do PNAE para as comunidade mais carentes na região”, disse a integrante do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, Maria Ednalva Ribeiro da Silva, 57 anos em entrevista à Gazeta do Cerrado neste sábado, 2. Ela trabalha desde os 10 anos.

O movimento vai fazer ainda a doação de materiais de higiene e limpeza e EPIs. Atualmente são 517 quebradeiras de coco no Estado, maioria está em São Miguel, Axixá e Sítio Novo.

“Estamos todas de quarentena, estamos orientando as quebradeiras que vão para suas roças, que evitem fluxo nas cidades”, disse.

Ela citou que neste momento há uma preocupação também com a segurança das quebradeiras para evitar casos.

“Graças a Deus não temos nenhum caso entre as quebradeiras, estamos sempre em contato por telefone, orientando para que elas não vá para as cidades”, disse.

As quebradeiras precisam ainda de máscaras para distribuir nas comunidades.

“Falta uma ajuda específica e olhar especial dos governantes para as quebradeiras tanto os municipais como os estaduais, a gente vive e quebrar o coco, da assistência direta do babaçu, estamos todas paradas porque não tem como sair para vender. As feiras estão fechadas. Situação está difícil”, disse.

As quebradeiras

As quebradeiras de coco babaçu constituem um conjunto de mulheres identificadas por uma forma de trabalho comum (coleta e quebra de coco babaçu e atividades correlatas de beneficiamento do fruto) e cuja identidade é objetivada em movimento social, sendo integrantes de famílias de trabalhadores rurais nativos do Maranhão ou migrantes do Nordeste que vivenciaram um processo histórico de ocupação da zona ecológica do babaçu (vasta região que abrange diversos Estados-membros do Brasil: Piauí, Maranhão, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Pará).

Assistência

Como as quebradeiras relataram não ter recebido assistência como alimentação nem outra ajuda que não seja o auxílio, a Gazeta provocou o governo do Tocantins através da Setas para saber sobre a doação de cestas básicas e outras medidas direcionadas para este público neste período. A Gazeta apura ainda junto às prefeituras das cidades onde as profissionais moram quais medidas serão tomadas para apoio às famílias.

Cestas serão entregues na segunda

Após a publicação da reportagem da Gazeta do Cerrado, o governo do Tocantins informou que na próxima segunda-feira, 4, as mais de 500 cestas serão entregues para as quebradeiras no município de São Miguel, sede da associação delas.

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