Maju Cotrim

O relator do pedido de impeachment contra o governador afastado, Mauro Carlesse, Júnior Geo (PROS) conversou com a Gazeta do Cerrado nesta terça-feira, 15.

Ele recebeu a defesa de Carlesse nesta segunda-feira, 14 e tem 10 dias para analisar.

“Tem muita documentação que vai ser analisada com calma, retidão e seriedade para definir o parecer final “, disse.

Com a apresentação da defesa, o relator Júnior Geo, terá 10 dias para analisar a documentação e elaborar um parecer recomendando o prosseguimento ou arquivamento do caso. Ele vai apresentar o relatório com este parecer aos outros quatro membros da comissão especial do impeachment e para ser aprovado o relatório precisa de pelo menos três votos favoráveis.

Sobre a expectativa da opinião pública sobre seu parecer ele disse á Gazeta: “Estão esperando a resposta com uma definição já definida… não tenho posicionamento antes de analisar a defesa e a partir dos fatos vamos promover o relatório”, disse.

Argumentos

O resumo dos argumentos da defesa tem 49 páginas e está acompanhando de diversos documentos anexos, inclusive sobre a movimentação financeira de Mauro Carlesse. O documento é assinado pelos advogados Juvenal Klayber Coelho, Adriano Guinzelli e Gizella Magalhães Bezerra.

Sobre a alegação de que haveria interesse político no impeachment, o relator retrucou: “Usa uma argumentação muito superficial e quem não tem o que falar acaba falando abobrinha, só falta afirmar que o afastamento por interesse político!? A interferência na polícia também? O pagamento de propina? “, criticou.

Outro argumento dos advogados é que o relator também havia apresentado um pedido de impeachment contra Carlesse antes da abertura do processo. O pedido apresentado por Geo acabou rejeitado por falta de requisitos de admissibilidade, mas ele foi indicado para participar da comissão mesmo assim e eleito relator.

Argumentos

Os documentos apresentados pela defesa do governador afastado, contra o pedido de impeachment citam ainda o governador em exercício, Wanderlei Barbosa (Sem partido) e o deputado relator, Júnior Geo (PROS) como tendo interesse direto no caso. Para os advogados de Carlesse, o processo é motivado por ‘interesses eleitoreiros’ e não tem provas de crimes de responsabilidade.

Sobre as acusações de recebimento de propina e interferência política em investigações da Polícia Civil, os advogados afirmaram se tratar de ‘alegações genéricas’ e baseadas na palavra de delatores, sem que sejam apresentadas provas. Os argumentos são semelhantes aos apresentados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) quando Carlesse pediu para voltar ao cargo. No caso do STJ, o pedido acabou rejeitado.

Afastamento

Carlesse está afastado por determinação do STJ desde outubro. Oprazo do afastamento do governador termina em abril, mas pode ser revisto pela Justiça caso o STJ avalie que é necessário.