As eleições de 2020 se encerraram em 5.567 municípios brasileiros – a maioria já tinha escolhido seus prefeitos e vereadores no dia 15 de novembro, no 1º turno. 57 cidades tiveram disputa de 2º turno e finalizaram a votação neste domingo (29). Para ter uma segunda rodada, a cidade precisa ter mais de 200 mil habitantes.
Mas as eleições ainda não acabaram: em Macapá, o apagão do começo do mês fez a votação ser adiada (o 1º turno foi remarcado para 6 de dezembro e, se necessário, o 2º turno acontece no dia 20).
Em 104 cidades as eleições estão sub judice (isso porque os eleitos tiveram o registro indeferido e aguardam uma decisão da Justiça Eleitoral).
Veja 20 números das eleições de 2020:
29,43% dos eleitores se abstiveram no 2º turno
A abstenção de eleitores chegou a 29,43% no 2º turno, percentual maior do que os 23,14% do 1º turno. Em eleições municipais anteriores, a abstenção no 2º turno foi de 21,55% em 2016 e de 19,12% em 2012.
784 eleitos: MDB é o partido com mais prefeitos
O MDB elegeu 784 prefeitos e será o partido com o maior número de prefeituras, além de ser a legenda que mais ganhou nas capitais. Apesar disso, o partido elegeu 251 prefeitos a menos em comparação com 2016. PP e PSD vêm logo em seguida, com 685 e 654 prefeitos eleitos, respectivamente.
45% dos municípios serão comandados pelo Centrão
Os partidos do Centrão, que formam a base política na Câmara dos Deputados do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), vão administrar mais de 2,4 mil municípios a partir de 2021, o equivalente a 45% das cidades brasileiras. São 10 partidos que formam o grupo: PP, PSD, PL, PTB, Republicanos, PSC, Solidariedade, Avante, Patriota e Pros.
34 milhões de pessoas vão ser governadas pelo PSDB
O PSDB será o partido que vai governar o maior número brasileiros: 34 milhões de pessoas vivem nas cidades em que os candidatos da legenda ganharam a disputa. O MDB será responsável por cidades que, somadas, chegam a 26 milhões de habitantes, enquanto o DEM comandará quase 25,5 milhões de pessoas.
Nenhuma capital será comandada pelo PT
Pela primeira vez desde a redemocratização, o PT não elegeu prefeito em nenhuma das capitais do Brasil. Em 2020, o partido termina a eleição com 183 prefeituras, menor número em 16 anos.
11 dos 15 candidatos do PT no 2º turno perderam
O PT perdeu perdeu 11 das 15 disputas que participava neste domingo (29), e foi o partido com mais derrotas no 2º turno. Já o MDB foi o partido que mais conquistou prefeituras no 2º turno destas eleições, com 10 vitórias.
4 partidos não elegeram nenhum prefeito
PCB, PCO, PSTU e UP não conseguiram eleger nenhum um prefeito nessas eleições. Um levantamento do G1 mostra que o PP foi a legenda com maior taxa de sucesso no 1º turno, considerando o número de candidatos lançados e quantos deles foram eleitos.
11 de 13 candidatos a prefeito apoiados por Bolsonaro foram derrotados
Durante a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez “lives” no Palácio Alvorada para pedir votos para 13 candidatos a prefeito – desses, 11 saíram derrotados (sendo 9 no 1º turno). Apenas dois foram eleitos no país.
78 candidatos usaram o nome ‘Bolsonaro’ na urna (e apenas 1 foi eleito)
3 candidatos a prefeito, 2 a vice-prefeito e 73 candidatos a vereador usaram o nome “Bolsonaro” na urna. O partido em que isso mais ocorreu foi o PSL, com 16 nomes, seguido pelo Patriota, com 10, e o Republicanos, com 8. Apenas um deles foi eleito: o filho Carlos.
10 candidatos à reeleição em capitais ganharam, 3 perderam
Dos 13 prefeitos que tentaram a reeleição em capitais, 10 conseguiram a vitória. 6 deles já tinham ganhado as eleições no 1º turno. 4 dos 6 que tentavam a reeleição neste domingo (29) ganharam a disputa – desse grupo, Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro, e Socorro Neri (PSB), em Rio Branco, foram os únicos que não saíram vitoriosos.
17 decisões de virada no 2º turno
Das 57 cidades com 2º turno, 17 registraram uma “virada” na urna. Em 30% das cidades com disputa, o candidato vencedor do 2º turno não foi o que obteve mais votos no 1º. Apenas 3 “viradas” aconteceram nas capitais: Cuiabá (MT), Maceió (AL) e Manaus (AM).
8 prefeitos eleitos de capitais se declaram negros
Entre 25 capitais que tiveram eleição, 8 terão prefeitos autodeclarados negros – todos se identificaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como pardos. Segundo o TSE, negro é a soma de pretos e pardos. O número é o dobro do que foi registrado nas últimas eleições municipais, em 2016, quando apenas quatro dos candidatos que se autodeclararam pardos levaram a melhor nas capitais.
Macapá, cuja eleição ainda não aconteceu, tem um candidato que se declara negro.
7 mulheres venceram no 2º turno
Entre as 57 cidades que tiveram 2º turno, somente 7 mulheres venceram a disputa.
E apenas uma de 25 capitais brasileiras será governada por uma mulher: Palmas (TO), onde Cinthia Ribeiro (PSDB) se reelegeu no 1º turno.
Macapá, cuja eleição ainda não aconteceu, tem uma mulher candidata.
Em todo o Brasil, foram escolhidas 658 mulheres para comandar prefeituras, entre os 5.463 eleitos.
Isso representa cerca de 12% do total de eleitos.
8 indígenas foram eleitos prefeitos, apenas uma é mulher
Oito municípios escolheram candidatos indígenas para o cargo de prefeito, segundo dados do TSE.
Destes, apenas um é mulher e 4 deles já são os atuais prefeitos de seus municípios.
58 mil vereadores eleitos: perfil médio é homem, branco e casado
Foram escolhidos mais de 58 mil vereadores para as Câmaras municipais, e o perfil médio dos eleitos é homem, branco, casado, com ensino médio completo e 44 anos de idade. As mulheres representaram apenas 16% do total dos vereadores – o número aumentou em relação ao pleito de 2016, quando elas eram 13,5% dos eleitos.
5.297 candidatos não receberam nenhum voto; 65% eram mulheres
Mais de 5 mil candidatos não receberam nenhum voto nessas eleições, e entre eles 65% eram mulheres (3.454). Isso aconteceu apesar de as candidaturas femininas representarem apenas 33% do total de candidatos.
95 anos tem o prefeito mais velho, e 21 anos os cinco mais novos
O prefeito mais velho eleito foi José Braz (PP), de 95 anos, no município de Muriaé (MG). Os cinco prefeitos mais novos têm 21 anos, a idade mínima para se candidatar ao cargo.
Nas capitais, o prefeito mais novo será João Campos (PSB), de 27 anos, em Recife (PE). O mais velho é Dr. Pessoa (MDB), de 74 anos, em Teresina (PI).
8 de 15 congressistas que foram para o 2° turno se elegeram
70 congressistas participaram das eleições municipais pelo país. Desses, 3 foram eleitos prefeitos ou vice-prefeitos no 1° turno, e outros 15 foram para a segunda rodada de votação. No 2° turno, 8 deputados federais foram eleitos prefeitos ou vice-prefeitos, quatro deles em capitais.
Disputa mais acirrada no 2º turno foi em Taboão da Serra: 0,63% de diferença
A disputa mais acirrada do 2º turno aconteceu em Taboão da Serra (SP), onde o candidato Aprigio (Podemos) venceu por apenas 1.695 votos de diferença, com 50,63% do total.
No 1º turno, a prefeitura de Caraúbas (PB) foi decidida pela idade, porque a disputa terminou empatada com 1.761 votos para cada candidato – Silvano Dudu (DEM), de 52 anos, ganhou no critério de desempate de Nerivan (MDB), de 35 anos.
Em Itapuca (RS), a eleição foi decidida por um voto: Marcos (DEM) foi reeleito com 814 votos no total (49,07%), derrotando Airton Scorsatto, que teve 813 votos (49,01%). Esses casos ocorrem porque só há 2º turno em cidades com mais de 200 mil habitantes.
85,36% foi a maior vantagem
O candidato com a maior margem em relação ao 2º colocado foi Arthur Henrique (MDB), de Boa Vista (RR), que conseguiu 85,36% dos votos. Ele venceu o candidato Ottaci (Solidariedade), que ficou com 14,64% dos votos.
Em alguns municípios, não havia concorrência: foram 106 cidades com um único candidato.