Maria José Cotrim
A deputada federal e primeira-dama do Estado, Dulce Miranda, concedeu entrevista exclusiva ao Portal Gazeta do Cerrado na qual fala sobre a importância do espaço e da luta das mulheres pela valorização e contra a violência. Parlamentar mais votada para o cargo no Estado, ela conta que tenta conciliar as duas rotinas.

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Dulce atua há 20 anos na área social do Estado e afirma que esse trabalho a credenciou a ser uma representante política do Estado. “Quando senti que era momento de colocar o meu nome para avaliação nas urnas, conversei com os líderes do partido e com o Marcelo. Eles me incentivaram”, relembra.
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Sobre as políticas para as mulheres do Estado ela afirma: “As políticas são bem trabalhadas, mas a proteção da mulher não passa só por isso. Considero qualquer índice de violência contra a mulher inaceitável. Todos deveriam pensar assim. Podemos combater a vida inteira, mas o melhor combate é mudar a cultura machista do País, onde o homem é melhor, pode tudo e mais. Todos os seres humanos são iguais, homem e mulher. Precisamos trabalhar isso na educação, nas famílias. Esse não é um discurso de esquerda ou de direita, é um debate democrático”, disse.
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Confira a íntegra da entrevista á Gazeta:
Gazeta do Cerrado -Deputada como a senhora concilia a atividade parlamentar com o posto de primeira dama?
Dulce Miranda: Tenho conciliado, mas é difícil. Tenho atendido as demandas e as lideranças. Tenho uma agenda de atendimento lotada e fica difícil receber todas as pessoas quando tenho que trabalhar em Brasília de segunda a quinta-feira e depois venho para o Estado de quinta a segunda-feira. É muito corrido, é um desafio. Às vezes, tem um evento importante do Governo do Tocantins, mas ao mesmo tempo tenho votações muito importantes na Câmara e tenho que ficar em Brasília.
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GZT – Você foi a deputada federal mais votada, um recorde feminino no Estado, a quê a senhora atribui a demonstração de confiança da população no seu trabalho?
Foram mais de 20 anos de trabalho social e atuação em favor dos menos favorecidos com projetos emancipadores. Minha frase de campanha era: Eu não dou o peixe, eu ensino a pescar. Sempre me pautei por apoiar as comunidades de forma que elas continuassem se desenvolvendo com o seu trabalho e esforço. Minha visão é fomentar o desenvolvimento socioeconômico nas comunidades. Em todos esses anos, estive apoiando o Marcelo na atuação dele, me dediquei aos nossos filhos Marcella e Guilherme. Quando senti que era momento de colocar o meu nome para avaliação nas urnas, conversei com os líderes do partido e com o Marcelo. Eles me incentivaram.
GZT – Na defesa da bandeira da mulher qual tem sido seu trabalho e posicionamento aí na Câmara Federal?
Estou firme na campanha Mais Mulheres na Política – a Reforma de que o Brasil Precisa e ainda, na luta pela Criação do Fundo Nacional de Combate à Violência Contra a Mulher. Participo de todos os debates que vão levar melhorias para as famílias e as mulheres. A defesa da mulher passa por vários outros temas, como Saúde, especialmente com o câncer e sou do grupo que fomenta o debate sobre os fármacos experimentais para a cura da doença.
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GZT – Como avalia a participação feminina na política no Tocantins?
Tenho apontado que os partidos e a política são esferas masculinas e que precisamos de mais mulheres no poder, em cargos de decisão. Essa é uma questão democrática e de representação da realidade da sociedade. Precisamos questionar o motivo das mulheres serem maioria e termos minoria feminina no Congresso Nacional. No Tocantins, vejo muitas mulheres atuando e se destacando. Especialmente no PMDB, temos uma boa abertura, somos duas deputadas federais. Porém, precisamos fomentar mais a participação das mulheres. Participei e apoiei campanhas de mulheres nas eleições municipais e tenho debatido isso com as prefeitas e vereadoras.
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GZT – Você é tida como uma referência feminina no Estado…como avalia as políticas de proteção ás mulheres no Tocantins e o que elencaria como principal problema que atinge as mulheres tocantinenses?
As políticas são bem trabalhadas, mas a proteção da mulher não passa só por isso. Considero qualquer índice de violência contra a mulher inaceitável. Todos deveriam pensar assim. Podemos combater a vida inteira, mas o melhor combate é mudar a cultura machista do País, onde o homem é melhor, pode tudo e mais. Todos os seres humanos são iguais, homem e mulher. Precisamos trabalhar isso na educação, nas famílias. Esse não é um discurso de esquerda ou de direita, é um debate democrático. O homem que tem a irmã, a mãe agredida sente essa dor, revolta. Pois, deveria partir desses homens também a mudança de cultura, de mentalidade. O pai que vê a agressão do namorado ou esposo contra a sua filha, deve ser um ativista contra a violência doméstica. Educar as nossas crianças para que respeitem a mulher e ensinar que a violência não é a melhor forma de solucionar os problemas. Elas não são objetos, não são produtos de ninguém, assim como as nossas crianças também não o são. Uma sociedade que não respeita a mulher, tem que se envergonhar. O Papa Francisco tem sido enfático ao falar das ações e atitudes cristãs, deveríamos ouvir mais os seus ensinamentos.
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GZT – Qual seu recado para as mulheres do Tocantins neste dia 8 de março?
Mulheres tocantinenses continuem trabalhando pelas suas famílias e filhos. A construção de um futuro mais humano, cristão e justo depende de todas nós. Parabéns pelo seu dia, parabéns por todo o seu esforço e dedicação ao futuro do nosso Estado e do Brasil. É preciso refletirmos juntas sobre o nosso papel e lugar na sociedade. Conto com todas vocês para fomentar esse debate!
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Colaborou: Jornalista Eduardo Lobo