Diversas Universidades estão compartilhando nota da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), na qual trata a respeito do processo eleitoral, repudiando a violência e defendendo o democracia.
Em conversa com a equipe da Gazeta do Cerrado, o reitor da Universidade Federal do Tocantins, Luis Eduardo Bovolato, manifestou concordância a nota emitida pela Andifes.
O reitor afirmou apoio a defesa da democracia e os principios defendidos pelas universidades, como a manutenção da participação e decisão coletiva em relação a assuntos importantes para a comunidade. Entretanto, ele informou que não irá se manifestar pessoalmente em relação ao apoio de nenhum dos candidatos ao segundo turno.
Confira nota da Andifes
A sociedade brasileira encontra-se dividida, vivendo hoje um processo eleitoral decisivo para seu destino. Como sabemos, episódios de violência relacionados a eleições ocorrem em cada pleito, sendo todos eles condenáveis, pois trazem componentes de violência ao que deveria ser momento de reflexão e debate. Neste pleito, entretanto, estamos constatando um perigoso agravamento do conflito, que compromete a própria natureza da decisão democrática.
Primeiro, mais que o debate, é o conflito que se estende como nunca a toda a sociedade, empobrecendo a argumentação e diminuindo o valor mesmo do convívio democrático e das garantias próprias de um estado democrático de direito. Segundo, episódios de intolerância e violência (física ou simbólica) são hoje constatados até no ambiente de nossas universidades, que, como espaço essencialmente democrático, devem ser lugar natural do embate de ideias, da diversidade, da argumentação, e não de agressão e intolerância.
A ANDIFES vem assim externar seu firme repúdio à cultura do ódio e da violência, que ora ameaça a sociedade e as universidades públicas, por meio de constrangimentos, ameaças e agressões. Em particular, no espírito e na letra da Constituição Federal, são deploráveis os ataques motivados por racismo, homofobia e toda ordem de preconceito que atinja direitos e liberdades individuais, não devendo qualquer cidadão com responsabilidade pública lavar as mãos e alegar neutralidade diante dessas ações, nem dos discursos eivados de violência que as suscitam.
A ANDIFES junta-se, enfim, a todos os dirigentes e membros da comunidade acadêmica que ora envidam esforços por defender a democracia e por reforçar os laços de solidariedade em nossas instituições universitárias, que, como instituições públicas, gratuitas e inclusivas, são um exemplo de participação e decisão coletiva, bem como lugar de produção de conhecimentos, formação de cidadãos e defesa ativa dos direitos humanos, servindo assim à redução de desigualdades e à ampliação de direitos em nosso país.
(Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes)