O 2º Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelos Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres (MM), revelou uma preocupante discrepância salarial entre homens e mulheres no Tocantins. O estudo, que analisa dados de empresas com 100 ou mais funcionários, apontou que, em média, as mulheres recebem 18,7% a menos que os homens no estado.
De acordo com o levantamento, a remuneração média dos homens é de R$ 2.923,49, enquanto a das mulheres é de R$ 2.377,71. A diferença se acentua ainda mais em cargos de maior hierarquia, como os de dirigentes e gerentes, onde a disparidade salarial chega a 24,1% entre os gêneros.
No total, 203 empresas tocantinenses participaram da pesquisa, representando 50,6 mil trabalhadores. O relatório foi apresentado na última quarta-feira, 18, revelando que a diferença salarial, embora já tenha sido registrada em março, continua significativa. No primeiro relatório, divulgado no início do ano, foi constatado que as mulheres recebiam, em média, 14,6% a menos que os homens.
Além da disparidade de gênero, o relatório também expôs desigualdades raciais. O número de mulheres negras empregadas é consideravelmente maior do que o de mulheres não negras, com 12,7 mil e 5,2 mil, respectivamente. No entanto, as mulheres negras enfrentam uma disparidade ainda mais acentuada, recebendo 27,9% a menos do que as mulheres não negras. Entre os homens, a diferença salarial entre negros e não negros é de 13,81%.
Outro ponto abordado no documento foi a existência de políticas de inclusão e promoção nas empresas tocantinenses. Apenas 50,5% das organizações possuem planos de cargos e salários, e 33,3% adotam políticas de incentivo à contratação de mulheres. Políticas voltadas para a promoção de mulheres a cargos de liderança são adotadas por 36,4%das empresas, enquanto 24,2% têm incentivos para a contratação de mulheres negras. O relatório também revelou que apenas 18,2% dos estabelecimentos possuem políticas voltadas para a contratação de mulheres LGBTQIAP+.