Nesta terça-feira, 23, a equipe da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) retornou de viagens a campo e destacou o diálogo ocorrido durante visita na aldeia Ktẽpo, terra indígena Xerente do município de Tocantínia. Atendendo convite de lideranças indígenas Xerente, representantes do  Instituto, da União Indígena Xerente (Unix) e de seis aldeias da região se reuniram ao longo de dois dias. Durante os encontros realizados nos dias 12 e 13 de abril, os líderes discutiram temas voltados à proteção territorial, à ocorrência de invasores e apresentaram demandas locais.

“Não tenho dúvida que o diálogo e a parceria são os caminhos que devem ser trilhados na busca por soluções que respeitem a autonomia de cada representante envolvido nessas questões que se apresentam nas Terras Indígenas Xerente de Tocantínia e demonstram grande preocupação ambiental”, afirmou Marcelo Falcão, presidente do Naturatins.

O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas, Warley Carlos Rodrigues, apresentou para os representantes das aldeias, a estrutura organizacional do Instituto e a forma de atuação do órgão nas questões que envolvem terras indígenas. Warley Rodrigues também falou sobre a importância do cuidado com as áreas protegidas para a preservação ambiental, ao considerar a Terra Indígena  Xerente, uma categoria dessas áreas que necessitam de soluções construídas juntamente com os parceiros.

Conforme conta o presidente da Unix, Srêwẽ da Mata Brito, os indígenas relataram a ocorrência de invasores no Brejão, localizado nos limites com Aparecida do Rio Negro e Rio Sono. Além de caçadores e pescadores ilegais, que atuam mesmo em período de defeso da pesca. Então, os indígenas pediram que a preocupação fosse levada ao conhecimento dos órgãos competentes, para apoio na fiscalização e monitoramento.

Srêwẽ Brito afirmou que a Unix vai encaminhar a notificação dos relatos à Fundação Nacional do Índio (Funai), ao  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovávei (Ibama) e ao Ministério Público Federal (MPF).  “A terra indígena foi demarcada para nós. O usufruto das  terras de ocupação tradicional é um direito originário e, cabe ao Estado promover a fiscalização, monitoramento e segurança.Exigimos respostas das autoridades. Direito é direito e lei é lei, deve ser respeitada”.

O representante a Fundação Nacional do Índio (Funai), coordenador local em Tocantínia, Paulo Carlos Xerente, comentou que todos sabem da existência de atividades ilícitas, até mesmo da retirada de madeiras realizada pelos próprios indígenas. Ainda segundo Paulo Xerente, ciente dos fatos, o Ministério Público Federal (MPF), considera que os próprios indígenas devem busca solução para esses casos. Sendo o motivo pelo qual se prontifica a participar das reuniões que têm o intuito de resolver os problemas apresentados.

Fonte: Ascom Naturatins

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