Conteúdo Especial Gazeta do Cerrado
Elas são incrivelmente lindas. Representam a beleza tocantinense genuinamente. Jovens, da geração online e que se mobilizam por meio de seus locais de fala em busca de espaço. Elas representam.
Um grupo de jovens da cidade histórica de Porto Nacional mostrou todo o talento e representatividade num ensaio de encher os olhos pela profundidade dos traços marcantes e da marcada de posição das jovens negras no Estado num momento em que o mundo vive protestos contra o racismo. Convidadas pela Gazeta, elas contaram um pouco de como pensam e se veem inseridas no contexto atual.
São modelos delas mesmo e da representação que carregam por suas histórias e pelos sonhos que levam nos semblantes.
Aos 22 anos, Isabela Pereira Guilherme contou á Gazeta como sua condição de negra a motiva a lutar todos os dias.
“Para mim, a militância do movimento negro acertou e continua acertando em seus trabalhos. É cada vez mais comum vermos as pessoas negras assumindo os seus traços e tendo orgulho disso! Assim como Nina Simone diz que liberdade para ela é isso, NÃO TER MEDO, estamos cada vez mais não tendo medo de mostrar quem somos!”, disse.
Bárbara Evely Meneses de Andrade, de 18 anos, conta que tem orgulho de sua cor e representatividade. “A imagem do negro sempre foi associada a coisas negativas e ruíns, o que faz muitas pessoas sentirem vergonha da sua cor e deixarem de assumir seus traços tentando se encaixar cada vez mais num padrão “ideal” europeu, e é aí que entra a importância da representatividade na construção da identidade, é mostrar que temos orgulho de ser quem somos e assim podermos incentivar no empoderamento do nosso povo que foram historicamente tão inferiorizados”
A consciência do cenário também norteiam Mikaelen Salazar Silva de 20 anos na sua trajetória. “Atualmente, ser mulher, ainda hoje, é saber e ter a consciência da luta pelo respeito e dignidade como uma pílula diária. Ser mulher negra, é um tanto mais intenso, porque a dose desse remédio diário se faz mais necessária pela possibilidade de se manter viva!”, contou.
A sororidade é importante, segundo a jovem Isadora Pereira Guilherme de 19 anos. “A representatividade é uma fator muito importante na construção da identidade negra. Saber que tem mulheres negras como nós na mídia, na política, nos filmes, entre outros espaços é muito bom. Precisamos nos apoiar uma nas outras e enfrentar todas as dificuldades”, disse.
Elas são influencers e modelos que trabalham nas redes com conteúdo sobre suas próprias histórias e condição.
A jornalista e Especialista em Comunicação Étnico-Racial, Maju Cotrim, também influenciadora na temática analisou que no Tocantins as marcas, empresas e instituições precisam ampliar a participação de modelos negras. ” A participação ainda é pequena na publicidade no Tocantins e também no trabalho como influencers onde muitas lojas ainda buscam padrões ao invés de contemplarem a diversidade. Em todo o Tocantins jovens como essas alimentam sonhos e precisam de valorização e condições de construirem carreiras no mercado da moda, das passarelas, da publicidade e do que quiserem e escolherem. As portas e oportunidades precisam estar abertas”, analisou. As empresas e instituições dos municípios devem valorizar e criar políticas que contemplem a diversidade nas suas peças publicitárias.
Para acompanhar o trabalho das jovens do ensaio as sigam no instagram.
Confira o ensaio delas e se inspirem:
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