A representação da sociedade perante a justiça é essencialmente feita por um advogado, porém se esse tem a imagem maculada pela instituição que leva o seu nome, todo o seu trabalho, esforço e a dignidade que advêm de um labor sacerdotal caem por terra e, infelizmente, isso é uma realidade entre a advocacia tocantinense. A avaliação é da advogada Rita Rocha, pré-candidata à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Tocantins (OAB-TO), que fala em nome de milhares de profissionais que têm ouvido das mais diversas formas, seja em debates presenciais, virtuais, em grupos de mensagens instantâneas e, mais recentemente, nas caminhadas que têm feito pelo Estado.
O desvio do objetivo de uma gestão é o primeiro motivo apontado por Rita Rocha para que a situação chegasse ao ponto atual na OAB-TO. “Quando a cadeira de uma presidência vira sinônimo de poder político, a porta se abre para toda a podridão que existe no bastidor desonesto. E, pelo erro de quem leva o nosso nome à frente da Ordem, as pessoas a quem devemos defender nos descredibilizam. Facilmente acreditam que todo profissional é corrupto e participa de manobras ilegais, sendo reflexo do seu representante maior”, desabafa Rita Rocha.
Justamente com o foco para situações que não são prioridades da classe, há consequências como a desassistência aos profissionais em questões básicas para o fluxo da rotina de trabalho, a exemplo dos problemas no sistema e-proc e o distanciamento com o judiciário. “Temos passado, às vezes, um dia inteiro, na frente de uma máquina, com o sistema fora do ar. Pelo menos desde quando o sistema passou por uma alteração, ainda no ano passado, nossa vida está atrasada. Ninguém, nesse tempo todo, tem nos representado pra buscar solução para esta demanda”, diz Rita Rocha, acrescentando que falta gestão também no sentido de aproximar os profissionais do judiciário: “O advogado precisa ser recebido, despachar… A dificuldade é enorme. Estamos órfãos! E o trabalho pra reaver todo esse prejuízo requer urgência”.
Foto: Diego Sousa