Quando o sol começa a esquentar por aqui, o brasileiro logo já começa a fazer planos para se refrescar no mar, mas que tal dar um mergulho completamente sem roupa em uma praia naturista? O termo “naturismo”, ou nudismo, tem como finalidade promover um modo de vida natural e saudável, preocupado com o meio ambiente, a saúde física e mental e a alimentação.
Entre as dez praias mais conhecidas por receberem turistas que amam ficar pelados, a mais visitada, sem dúvida, é a Tambaba, na cidade de Conde, na Paraíba, que fica a 30 km da capital João Pessoa. Segundo Eduardo Oide, dono da MDM Naturs, agência especializada em turismo naturista, este é o lugar mais requisitado, enquanto as praias do Pinho, em Santa Catarina, e Abricó, no Rio de Janeiro, perderam um pouco do interesse do público.
“Estas duas têm recebido menos turistas por conta do clima instável ou mesmo da dificuldade para chegar até elas. De qualquer modo, todas as outras continuam recebendo as pessoas, mas são menos exploradas. A praia de Massarandupió, na Bahia, por exemplo, tem o acesso até a praia muito difícil. É uma estrada de areia com dunas móveis e é difícil de passar com o carro”, explica ele que trabalha há 14 anos este público.
A Federação Brasileira de Naturismo (FBrN) editou em 1996, por meio de uma assembleia, algumas normas éticas para garantir um padrão de comportamento entre suas praias filiadas que, no total, são apenas 8 espalhadas em 5 estados. Entre as regras estão não praticar sexo ou atos de caráter sexual nos locais; não fotografar, gravar ou filmar outros naturistas; não causar constrangimento pela prática de atitudes inadequadas e cuidar da limpeza da praia.
Seguindo estes princípios básicos, vamos às praias?
– Tambaba, em Conde (PB)
A praia é dividida em duas partes: de um lado os que não tiram a roupa e do outro ficam os naturistas. Neste segundo local é obrigatório que todas as pessoas estejam sem roupa, caso contrário, não se pode ultrapassar o posto de fiscalização que dá acesso à área das pessoas nuas. Outra regra é que homens desacompanhados não entram. A natureza é formada por falésias, pedras e matas.
– Barra Seca, em Linhares (ES)
Localizada a 142 km da capital, Vitória, o mar é bravo, com areia grossa que se estende por 200 m. A praia conta com área para camping, banheiros, chuveiros e as pousadas ficam a cerca de 1 km dali, em Urussuquara. Como a infraestrutura é precária, o ideal é que o turista leve seu próprio alimento. É possível chegar ao local de transporte público que parte do centro da cidade.
– Massarandupió, em Entre Rios (BA)
O paraíso fica escondido entre dunas e coqueirais e o acesso fica no 93 Km do município de Entre Rios, na estrada que leva a Salvador. Para chegar ao mar é preciso caminhar por 20 minutos em uma trilha e a praia conta com uma área de 2 mil metros para a prática do naturismo. Há uma área de camping selvagem e apenas dois bares/restaurantes rústicos que servem refeições. A água é cristalina e as ondas são fortes.
– Pinho, em Balneário Camboriú (SC)
Esta praia tem acesso controlado e é considerado o primeiro reduto naturista do Brasil. Para chegar lá, o acesso fica na BR 101 entre Balneário Camboriú e Itapema ou pela Praia de Laranjeiras. Por ali existem bares, camping, pousada e até uma área de estacionamento. O mar é limpo, formando entre as rochas piscinas naturais, excelente para quem curte passear por paraísos ecológicos.
– Abricó, no Rio de Janeiro (RJ)
Fica a cerca de 30 km de Copacabana, na Zona Oeste da capital fluminense, e é apenas um pedacinho de areia, em comparação a toda extensão litorânea do município. O local é cercado de muita natureza, fica entre a montanha e o mar, com características de praia selvagem. Este paraíso está localizado logo após a Prainha, em Grumari. A infraestrutura é precária e conta com apenas um restaurante que fica próximo, mas não no local.
– Pedras Altas, em Palhoça (SC)
A região é dividida em duas belas praias pequenas e rodeada por muita vegetação, o que torna o acesso mais complicado, somente por trilha. Localizada a 30 km de Florianópolis, em direção ao Sul do Estado, a entrada fica na Enseada de Brito no km 232 da BR-101. O acesso é precário, entretanto é uma bela praia de nudismo. É um mar tranqüilo, sem ondas, ideal para as crianças. O lugar tem uma pequena pousada bem simples, restaurante e camping, além de estacionamento próximo.
– Galheta, em Florianópolis (SC)
Aqui o nudismo é opcional e, para chegar ao local, é preciso caminhar por entre pedras partindo da praia Mole que está 15 km do centro da capital. Bem perto dali existe um local conhecido como a “trilha do pecado”, um pedaço da costa com relevo acidentado e bastante preenchida por arbustos de troncos contorcidos, onde os frequentadores utilizam como ponto de encontros para sexo em meio a natureza.
– Olho de Boi, em Búzios (RJ)
Para chegar lá é preciso estar disposta a caminhar por uma trilha que parte da praia Brava de Cabo Frio. Muito bonita, ela tem uma extensão de 50 m, fica entre costões e é ideal para banhos. Não há infraestrutura, mas o mar é cristalino e calmo, com muitas pedras no fundo.
– Praia Brava, em Cabo Frio (RJ)
Esta praia não é reconhecida pela Federação e é cercada por paredões rochosos de cerca de 20 metros de altura. É um local deserto e com águas claras e selvagens, que atrai apaixonados por surfe. Ali os praticantes do esporte costumam pegar ondas completamente pelados.
– Ilha de Jurubá, em Paraty (RJ)
O local não é reconhecido pela Federação, mas atraia os turistas pelo visual da Mata Atlântica quase intocada. Também conhecida como Ilha dos Pelados, fica a 30 km do centro da cidade, quase na divisa com Ubatuba, e só tem acesso por barcos que estão disponíveis na praia de São Gonçalo. Ela é frequentada por naturistas desde 2006, tem um mar bem calmo e é possível fazer pequenos mergulhos para ver os peixinhos nas águas tranquilas. O lugar tem uma pequena infraestrutura com serviço de acomodação e restaurantes.