“Eu estou simplesmente encantada com o trabalho desenvolvido aqui nos CMEIs de Palmas. Minha Isabela entrou na unidade infantil em janeiro desse ano sem comer sozinha, não mastigava, não andava e não interagia com outras crianças, e hoje já está interagindo. Ela já come sozinha, e já está começando a andar”, a declaração de aprovação é de Daiana Medeiros, mãe da pequena Isabela, educanda especial com Síndrome de Down, que está matriculada no Centro Municipal de Educação Infantil, Cantinho do Saber.
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Na rede municipal de ensino de Palmas a inclusão já faz parte da rotina escolar. A rede possui 25 Salas de Recursos com professores especializados, professores auxiliares nas salas de aula e cuidadores que acompanham os educandos especiais nas atividades escolares. Esse conjunto de esforços prepara os alunos para a construção da personalidade, interação com a sociedade, autonomia e futuramente inserção no mercado de trabalho.

Nas unidades educacionais, o atendimento educacional especializado é realizado duas vezes por semana, no contra turno de seu horário escolar. Brinquedos, jogos e vídeos educativos e também informática são utilizados para estimular o ensino aprendizagem por meio de atividades que desenvolvam o raciocínio lógico, coordenação motora, assimilação, organização, alfabetização entre outras habilidades. Para isso, a estrutura física e capacitação de profissionais é o que faz a diferença na construção da educação especial do município.

Uma dos vários profissionais que contribuem com o atendimento especializado ofertado pela educação municipal é a professora Maria de Jesus, que leciona na rede a mais de 10 anos e desde 2012 trabalha com atendimento educacional na Escola de Tempo Integral (ETI) Daniel Batista. Ela conta que, para atuar na área, se capacitou participando de diversos cursos. “Fiz vários cursos, de braile, de libras, entre outros, mas o principal foi à especialização em atendimento educacional especializado, um curso do MEC que foi ofertado pela rede e realizado via EAD pela Universidade Federal do Ceará (UFC)”.

Maria Eduarda Fernandes Lima, tem 7 anos e está matriculada no 2º ano do ensino fundamental na Escola Paulo Leivas Macalão, na quadra 407 Norte. A professora Luzeane Barbosa dos Reis, revela que Eduarda chegou na escola ainda esse ano, recatada e tímida. A educadora destaca o excelente acompanhamento dos pais para o desenvolvimento da criança. “Já participa de momentos de oração e música no pátio da escola. Fala ao público com microfone, canta músicas e está em processo de alfabetização”.

A mãe da pequena Maria Eduarda, Priscila Cristiane Fernandes da Silva,  afirma está muito satisfeita com o atendimento recebido pela filha na rede municipal. “Eu agradeço muito as professoras da Maria Eduarda porque desde que ela começou a estudar aqui em Palmas seu desenvolvimento aumentou significativamente. Ela evoluiu em 3 meses o que não evoluiu em ano inteiro estudando numa escola em São Paulo”, afirmou.

Segundo Priscila, a filha morava até o ano passado em São Paulo e lá ela não gostava de ir para a escola porque não tinha nenhum estímulo. “Lá ela simplesmente frequentava a escola, não tinha nenhum acompanhamento na Sala de Recursos, nenhuma atividade diferenciada. Já aqui, ela levanta todos dias, se arruma sozinha e fica ansiosa para ir à escola. Além do acompanhamento no dia a dia escolar ela ainda frequenta a Sala de Recursos no contra turno das aulas duas vezes por semana”.

Para a Secretaria Municipal da Educação (Semed) o trabalho realizado nas Salas de Recursos e no atendimento aos educandos especiais é vital para a inclusão social e a independência destes alunos, e para tal, trouxe à Palmas o workshop O cérebro na Sala de Aula – Neuropsicológica Educacional na Prática, ministrado pela doutora em Psicologia Escolar Luciana Castrillon.

O publico composto exclusivamente por orientadores educacionais, professores de salas de recursos multifuncionais, professores auxiliares e cuidadores que atuam na educação municipal pode aprender novas técnicas e trocar experiências de como melhorar o atendimento sempre pensando na individualidade de cada criança.

Segundo Luciana, o trabalho que vem sendo feito em Palmas, “É encantador porque vem trabalhando desde a base as variáveis de letramento, desenvolvimento cognitivo e oralidade mantendo a individualidade dos alunos especiais. Isso só se consegue quando há a capacitação e o desenvolvimento dos profissionais que atuam dentro da sala de aula”.

Luciana ainda destacou que o diferencial que vem sendo atingido em Palmas pode ser observado pelos altos índices nas avaliações nacionais e locais do nível escolar. E que esse tipo de workshop e capacitação é uma excelente forma de estimular os educadores a estarem sempre desenvolvendo novas técnicas de aprendizagem de acordo com a sua realidade.

Perfil da Palestrante

Luciana Castrillon é Doutora em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, psicóloga escolar e consultora psicoeducacional licenciada em Massachusetts (EUA), consultora e voluntária na Federação para Crianças com Necessidades Especiais, com sede em Boston, e também contadora de histórias.

“Sou uma psicóloga escolar e educacional apaixonada pelo bem estar das crianças e pela busca da excelência no processo de ensino-aprendizagem, a partir da utilização de conhecimentos científicos sobre a interação cérebro-comportamento”.

Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Neste domingo, dia 2 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data decretada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Representado pelo azul como cor símbolo, o autismo implica em alterações de linguagem e de sociabilidade que afetam diretamente com maior ou menor intensidade em grande parte dos casos.