A última atualização do Monitor de Secas aponta que em Tocantins aconteceu, entre janeiro e fevereiro, um leve avanço da área total com seca, que subiu de 18% para 21% do estado. Este é o segundo menor percentual já registrado desde a entrada do estado no Mapa do Monitor em dezembro de 2019, sendo superado apenas pelos dados de janeiro deste ano. Essa é a segunda vez, desde então, que Tocantins teve o fenômeno identificado em menos da metade de seu território.

Em termos de severidade do fenômeno, em fevereiro a seca moderada seguiu presente em 1% de Tocantins. Já a secafraca avançou de 16% para 20% do estado. Com isso, as condições do último mês só não foram mais brandas que as observadas em janeiro em Tocantins – melhor mês do histórico do estado no Monitor de Secas.

Entre janeiro e fevereiro, em termos de severidade da seca, seis estados tiveram um abrandamento do fenômeno no último mês segundo o Monitor de Secas: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e São Paulo. Tanto no Distrito Federal quanto no Espírito Santo, o fenômeno não foi registrado, assim como em janeiro. No sentido oposto, os três estados da região Sul – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – tiveram uma intensificação da seca. Em outros nove estados, a severidade do fenômeno se manteve estável: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Sergipe e Tocantins.

Nesse período três estados registraram o aumento da área com seca: Maranhão (onde a seca fraca voltou a ser registrada), Pernambuco e Tocantins. Por outro lado, a área com o fenômeno diminuiu em cinco estados: Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nas outras 13 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor, não houve variação do território com seca: Alagoas, Ceará, Distrito Federal (livre do fenômeno), Espírito Santo (também sem seca), Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

Assim como em janeiro, cinco estados registraram seca em 100% do território no último mês: Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Somente duas unidades da Federação ficaram livres do fenômeno em fevereiro: Distrito Federal e Espírito Santo. Os demais 14 estados acompanhados pelo Monitor apresentam entre 10,6% e 97,9% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

As cores do gráfico indicam as regiões

Rosa:CENTRO-OESTE

Azul:SUDESTE

Verde: NORDESTE

Azul turquesa: SUL

Cinza: NORTE

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso do Sul lidera a área total com seca, seguido por Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás. No total a área com o fenômeno foi de 2,5 milhões de quilômetros quadrados e se fosse um país seria o 10º maior do mundo, superando os 2,3 milhões de km² da Argélia.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste mais o Distrito Federal, além de Tocantins. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.

O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Tocantins (CBMTO), por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, é o órgão que atua no Monitor de Secas.

A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno  ou uma secarelativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.

Assessoria de Imprensa: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico