Uma avaliação das atividades estratégicas e indicadores realizados pelos municípios em 2018 e a programação das atividades que serão desenvolvidas em 2019 no combate e controle das doenças de chagas e leishmaniose visceral estão em debate desde o dia 25 de fevereiro e seguem até o dia 27 de março em Palmas. As ações são realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e busca atender todas as regiões de saúde.
A ação denominada 15ª reunião Anual de Doença de Chagas e Leishmaniose Visceral – 2019 acontece no auditório do Anexo I da SES e tem participação de representantes de todos os municípios. Entre os temas debatidos estão: as ações de promoção, vigilância e controle da doença de chagas e da leishmaniose visceral; entrega de certificados para quem atingiu as metas do ano de 2018; exposição dos novos protocolos; cenário epidemiológico; diagnósticos; tratamentos; entre outros.
Segundo a bióloga em saúde, da Gerência de Vigilância e Controle das Doenças Tropicais Negligenciadas, da SES, que trabalha especificamente na área de chagas, Ilomara Camaço, “este momento é de suma importância e felizmente os municípios tem a consciência da participação de cada um no processo, principalmente na atualização dos processos e protocolos repassados pelo Ministério da Saúde, como no relato das boas práticas compartilhadas”, destacou.
De acordo com dados da área técnica, em todo o Estado, foram notificados e confirmados 47 casos agudos de doenças de chagas, no período de 2007 a 2018. A maioria teve a transmissão por via oral. “Este modo de transmissão traz a importância das orientações a respeito das boas práticas e manuseio de alimentos no controle da transmissão da doença”, enfatizou Ilomara.
Sobre a leishmaniose visceral, o técnico da Gerência de Vigilância e Controle das Doenças Tropicais Negligenciadas, Julio Bigeli, a situação endêmica é muito preocupante. “Em 2018 tivemos 233 casos confirmados de leishmaniose visceral em humanos, com 13 óbitos confirmados pela doença e 17 óbitos sob investigação, o que nos desperta para o cuidado e prevenção”, afirmou, acrescentando que “baseados no número médio de casos e incidência, nos últimos três anos, temos 12 municípios considerados prioritários no Tocantins”.
Para o coordenador de endemias do município de Tocantínia, Antônio Pereira de Oliveira, apesar da situação endêmica de seu município ser tranquila em relação às doenças em debate, participar da reciclagem é essencial. “Há três anos participo, mas sei que com a mudança de gestão, mudam-se alguns técnicos que precisam saber sobre a doença e como proceder em relação às ações, além do mais tem a atualização anual dos protocolos que até quem já veio, precisa saber”, afirmou.
Agenda de atualizações
– 25/02 a 27/02 – Região Bico do Papagaio;
– 27/02 a 01/03 – Regiões Capim Dourado e Cantão;
– 11/03 a 13/03 – Regiões Amor Perfeito e Sudeste;
– 13/03 a 15/03 – Região Ilha do Bananal;
– 20/03 a 22/03 – Região Médio Norte Araguaia;
– 25/03 a 27/03 – Região Cerrado Tocantins Araguaia.
Doença de chagas
É a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. As principais formas de transmissão da doença de chagas são: vetorial – através do inseto barbeiro; oral – ingestão de alimentos contaminados; vertical – pela passagem de parasitos de mulheres infectadas para seus bebês durante a gravidez ou o parto; transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados e acidental – pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado.
Os principais sintomas da doença são: febre prolongada (mais de sete dias); dor de cabeça; fraqueza intensa e inchaço no rosto e pernas.
Leishmaniose visceral
Conhecida como calazar, a leishmaniose visceral é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar ao óbito em até 90% dos casos. É transmitida pela picada de fêmeas do mosquito palha. Os principais sintomas da doença são: febre de longa duração; aumento do fígado e baço; perda de peso; fraqueza; redução da força muscular e anemia.
Para ambas as doenças existem diagnósticos e tratamentos ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao sinal dos sintomas, a população deve procurar a unidade básica de saúde mais próxima.
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